Um candidato a prefeito, não necessariamente, disputa a prefeitura. A visibilidade pode servir para atingir os mais variados objetivos: produzir recall para uma eleição posterior, competir por um novo espaço, difundir um discurso.
A inserção de Robério Paulino caminha nesse sentido. Em todo debate, sua preocupação se relaciona em criticar o governo Dilma e a atuação da esquerda mais consolidada de um ponto de vista local.
Robério Paulino almeja, na verdade, o DCE-UFRN, o sindicato dos professores da UFRN (ADURN), o sindicato dos professores, etc.
Com o discurso construído de última hora, tenta medir, em todo lugar que chega, “desempenho” com o deputado estadual Fernando Mineiro.
Numa democracia todo o candidato tem o direito de contestar o que quiser. A atuação de Robério, nesta ótica, é completamente legítima.
Só perde espaço por demonstrar total desconhecimento da cidade. Prova é que vem soltando algumas pérolas: dentre elas, promete institucionalizar a agricultura familiar em Natal, um programa rural para uma cidade 100% urbanizada, conforme IBGE.
Mais. Alegou ser o único candidato com doutorado da cidade, como se a política fosse o espaço privilegiado dos letrados.
Para finalizar, critica o que denomina o “sexo-turismo” e pede Natal para os natalenses. Qualquer semelhança com o discurso de Miguel Mossoró, prefeitável pelo PTC em 2008, não é mera coincidência.
Mais uma vez para que não paire nenhuma dúvida, como prefeitável e tentando atingir uma meta, sua atitude é legítima. Como um cara de esquerda, faz campanha deseducativa de quem mostra desconhecimento de Natal e busca convencer eleitores pelos seus ensinamentos, próximos de um pastor, e pela sua suposta superioridade acadêmica, o que, paradoxalmente – para ele -, não vem garantindo 05 minutos de debate minimamente qualificado.
E TOME MORALISMO
Slogan de Amanda Gurgel: “a professora que calou os deputados”. Se não soubesse que é de uma candidata do PSTU, diria que é de algum valentão do interior.