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“Eu sou doutor”, a carteirada

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Os estudantes que terminam mestrado e/ou doutorado não perdem a oportunidade de dar uma carteirada com os seus títulos para as pessoas.

Se caracterizando como uma violência simbólica, porque parte da tentativa de estabelecer uma relação de hierarquia, forjando uma suposta superioridade – inexistente -, uma conversa entre o “nobre” e o “mortal” não termina bem. Geralmente, ao saber que dialoga com um portador de um Dr antes do nome, que o dito cujo nunca esquece de estampar, o interlocutor muda a postura, e quando fala, expressa todo um comedimento. A conversa fica travada e não é incomum ver uma relação de reverência.

Ora, nada pode ser mais autoritário, se quisermos pensar a democracia no âmbito também das relações cotidianas, das interações de amizade, da construção de consensos reflexivos na esfera pública.

PIOR I

Publicar o currículo lattes, com todos os títulos e produção acadêmica, no perfil do twitter, no facebook ou no cabeçalho do email.

PIOR II

Terminar a graduação em Direito ou Medicina e exigir ser chamado de “doutor”.