A imprensa Norte Riograndense, num consenso que há muito tempo não se via, tenta inventar uma situação, no mínimo, peculiar.
O IBAMA, seguindo a legislação NACIONAL, impede a construção na via costeira por se tratar de uma Área de Proteção Permanente (o que por si só já fecharia a questão), não ser uma área saneada e trazer sério risco de aumento da contaminação dos nossos reservatórios de água que ficam embaixo da terra, os chamados lençóis freáticos. Só para se ter ideia, cerca de 30% da água consumida pelos natalenses é retirada dali.
No entanto, políticos e jornalistas pressionam para que o IBAMA conceda a licença para que sejam construídos mais hotéis no filé imobiliário litorâneo da cidade. Alegam que traz desenvolvimento.
É preciso perguntar: “desenvolvimento” para quem e para quê? A defesa do “ah… mas eu gero emprego” deve ser bastante pesada. Vale a pena criar algumas dezenas de postos de trabalho em troca da contaminação utilizada por cerca de 900 mil natalenses?! Acabar com o resto de mata atlântica e com uma área pública e democrática como é o Pq das Dunas?! Isso é desenvolvimento?!
O sofisma está na tentativa de criar uma contradição entre desenvolvimento e qualidade de vida cidadã. Como se, na linguagem eufemizada, esses “entraves” fossem um mal necessário.
Ora, não há oposição, não há encruzilhada. Não existe avanço sócio-econômico na situação em pauta. Talvez, a motivação venha, na verdade, dos 100 milhões que os ditos investidores prometem jogar na região, ou, quem sabe, das migalhas que costumam cair em alguns bolsos muito bem selecionados.
PRESSÃO
O governo do RN mandou um emissário para dialogar com o presidente nacional do IBAMA. Um meio de pressionar o IBAMA estadual.