Quando nossas lideranças fogem da vala comum das obviedades costumam produzir questões positivas.
Sair da visão – mitológica – que concebe Natal como cidade do sol representa avanço porque possibilita pensar, realisticamente, os nossos problemas. Ao dizer que temos uma das orlas feias do nordeste, Henrique tocou no fundamental para começar o debate.
O deputado federal do PMDB vem dando boa contribuição no caso do calçadão de Ponta Negra, que desabou. Diante da inércia da Prefeitura, que foi avisada do problema desde 2009 e perdeu possibilidade de pleitear recursos do governo federal para reforma da orla em 2010, Henrique Alves ocupa o vácuo e tenta resolver a situação de caos.
Henrique articula com o ministério do turismo para consertar o descaso da prefeitura, que vem colocando a culpa na força da natureza no seu já tradicional ambientalismo de conveniência.
Entenda melhor o caso lendo a matéria do JH.
Para Henrique Alves, a orla de Natal é “hoje uma das mais feias da região Nordeste”
Do Jornal de Hoje
O descaso com os cartões postais da capital potiguar é uma realidade há várias administrações, porém, as sucessivas quedas de trechos do calçadão da orla natalense acentuaram o problema que culminou com o desmoronamento de vários pontos do calçadão da Praia de Ponta Negra. Na Praia do Meio, o trecho próximo ao Monumento da Bíblia desabou há cerca de três anos e ainda não foi reconstruído. Além destes pontos mais críticos, em toda a extensão do calçadão que vai da Praia do Forte ao final da Praia de Ponta Negra são encontradas várias crateras que impedem o passeio e oferecem risco de novos desabamentos e acidentes graves.
Atendendo a um pedido do Ministério Público, por meio da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente, a Justiça determinou, na última sexta-feira, a interdição de três trechos do calçadão de Ponta Negra, com o isolamento e utilização de redes, tapumes, além de sinalização com placas, além da retirada preventiva de estruturas que ameacem tombamento.
Na tarde de ontem, o problema foi debatido durante encontro que contou com a presença da prefeita Micarla de Sousa, do diretor de Infraestrutura do Ministério do Turismo, Neusvaldo Ferreira Lima, além de secretários municipais, representantes do Governo do Estado e representantes do trade turístico. No entanto, a resolução do problema demanda a transferência de recursos federais. Por sua vez, a liberação destes está condicionada a decretação de estado de calamidade, o que agilizaria a liberação de recursos de forma emergencial e dentro do período eleitoral, o que em condições normais é proibido pela legislação eleitoral.
Na ocasião, a prefeita afirmou que para encontrar uma solução definitiva para o problema conta com o apoio dos governos Federal, Estadual e iniciativa privada. Micarla de Sousa garantiu que medidas emergenciais serão adotadas para que as estruturas restantes não desmoronem, enquanto um projeto resolutivo é desenvolvido.
Todos estes assuntos que envolvem desde a decretação de estado de calamidade pública a liberação de recursos já empenhados do Ministério do Turismo serão levados pela prefeita como pleitos para a ministra da Casa Civil do Governo Federal, em reuniões marcadas com ela e suas equipes, nas próximas quinta e sexta-feiras, em Brasília.
Os pontos citados são os mais críticos, porém, a força das marés e a erosão costeira vêm provocando problemas em toda a extensão da orla de Natal, incluindo a Via Costeira. Esta, atualmente, passa por menores problemas, uma vez que foi reconstruída durante a duplicação da via concluída no ano passado. Mesmo assim, no ano anterior, dois trechos desmoronaram – um no início e outro no meio -, mas foram recuperados.
A falta de zelo com a orla potiguar vem causando prejuízos também a comunidade hoteleira. De acordo com dados do Natal Convention Bureau, o fluxo de passageiros em Natal caiu 15% desde outubro do ano passado se comparado a períodos anteriores. Para o presidente da entidade, George Costa, a principal fonte de arrecadação da economia local merecia ser tratada com mais zelo.
Para o deputado federal Henrique Alves, a questão só será resolvida se os governos federal, estadual e municipal trabalharem em conjunto. Para ele, a orla de Natal é “hoje uma das mais feias do Nordeste”, mas espera que o quadro seja revertido. A solução apontada pelos técnicos é inicialmente construir uma estrutura para proteger a área das obras. Depois, a solução definitiva é aterrar a praia para evitar o avanço do mar, à exemplo da praia de Copacabana.
Imagem: Heracles Dantas (JH)