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Democracia e autoritarismo pseudo-revolucionário: uma nova ameaça sobre as universidades

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Do FalaRioGrande (www.falariogrande.com.br)

Por Wellington Duarte,

 

Numa democracia, a luta de classes se expressa em vários lugares e sob várias formas. Não é um ato produzido por um grupo ou classe social específico, mas algo que se expressa no dia a dia de todos nós. Nenhuma organização pode forjar um revolução se não houverem condições objetivas e subjetivas que a sustentem.

A greve é, per sí, um instrumento da classe dos trabalhadores que pode ser lançado em algum momento, quando o processo de negociação está absolutamente comprometido por um lado ou outro. A greve, numa democracia, serve a um propósito : servir à conquistas de uma categoria ou de fazer avançar a classe dos trabalhadores.

A greve deflagrada no dia 15 de maio pelo Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN) é a expressão mais completa de como a Greve pode ser deformada e distorcida. De instrumento da classe dos trabalhadores, torna-se uma tática para desestabilizar o Governo e alcançar objetivos de um segmento partidário minúsculo e sem expressividade.

Completamente controlado pela Central Sindical Popular-Coodenação Nacional de Lutas (CSP-CONLUTAS) que, por sua vez, é um aparelho do partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU), o ANDES-SN que vem definhando a olhos vistos, lançou-se na Greve do Fim do Mundo com unhas e dentes, tentando recuperar o terreno perdido.

Desde o primeiro momento a Greve, que conta com a simpatia da grande imprensa, tem sido palco de atos de violência. Em Goiás, a presidente do Sindicato local foi agredida fisicamente por estudantes da ANEL e sindicalistas do ANDES-SN. Na Bahia tentaram invadir a sede do sindicato e aqui em Natal, estudantes ligados a ANEL invadiram uma Assembléia de professores na última quarta-feira e tentaram forçar os professores a votar numa Greve. Não deu certo.

Haverá um plebiscito nesta terça na UFRN e independente do seu resultado, estamos presenciando o nascimento de um movimento autoritário, com fraseologia de esquerda, mas com os ritos e a prática dos fascistas de ontem, que se alia a sindicalistas forjados em lutas sindicais nas décadas de 80 e 90, que ainda não se deram conta que o Brasil que quer avançar, é o Brasil da pluralidade e da democracia.