Apenas um pequeno comentário. O fato de José Agripino e Garibaldi Alves estarem apoiando outros candidatos que não os seus filhos, o Dep Federal Felipe Maia e o Deputado Estadual Walter Alves, respectivamente, é uma clara aceitação de que a eleição em Natal será bem difícil para a base aliada do governo estadual.
Rogério Marinho e Hermano Morais sempre foram plano B. Isto estava mais claro do que a luz do sol. Os primogênitos das duas lideranças do governo recuaram justamente porque viram as dificuldades que enfrentariam no pleito que se avizinha.
O campo não está para Rosa. Garibaldi/Henrique Alves atuam nos bastidores em prol do primo Carlos Eduardo, pois não acreditam que Hermano consiga ir muito longe, mesmo sendo o pré-escolhido do PDMB para disputar a prefeitura de Natal. A própria candidatura dele precisa ser validada. Algo que, a depender do passado, só é passível de crença quando o seu nome estiver devidamente registrado.
O PMDB se move em conjunto, apesar das teses que deram conta da suposta existência de um racha no partido – o PMDB do G e do H. Wilma de Faria, que também acreditou na atuação separada de Henrique em relação a Garibaldi, esperou um apoio do deputado federal nas eleições de 2010 que até hoje não veio. Henrique trabalhou para Wilma só na “brinca” e não na “vera”.
Rosalba Ciarlini, por sua vez, irá jogar todas as suas fichas em Mossoró. Sabe que precisa manter sua base eleitoral fundamental de sustentação. Rogério Marinho marchará sem a governadora pela cidade. O apoio do DEM será apenas oficial. O que, a levar em consideração a alta rejeição da governadora, que só aumenta, pode ser um alívio para o tucano.
Só são incompreensíveis os discursos rogeristas contra Dilma Roussef. Suas falas podem fazer sentido em Brasília, já que precisa se legitimar dentro do partido. Fazer uma média azul. Mas em Natal o ataque a Dilma tira voto, sobretudo porque a presidente conseguiu avançar sobre estratos da classe média tradicional, com a ideia de combate a corrupção, que Lula não tinha atingido.
Com a eleição judicializada por uma câmara que prefere desaprovar contas aprovadas por órgãos técnicos do que discutir os problemas da cidade, como bem sentenciou o dep estadual e pré-candidato Fernando Mineiro, que sempre está buscando a discussão qualificada, construir um projeto para Natal. Ainda nesse formato o contexto é muito positivo para o grupo oposicionista.
Enquanto tudo isso, Carlos Eduardo faz campanha normalmente. Segue a rotina de quem está com o bloco na rua. Seus assessores jurídicos afirmam que sua candidatura não será abalada pela atuação da CMN. Já do ponto de vista político, não pode ter acontecido coisa melhor do que rivalizar com uma Câmara que costuma aparecer nos jornais envolvidas em casos de corrupção e favorecimento a grupos empresariais da cidade.
Vixe! O texto saiu maior do que a encomenda.