Gilmar Mendes, em entrevista a revista Veja, alegou que foi chantageado por Lula, para que protelasse o julgamento do chamado “escândalo do mensalão”. Lula supostamente teria oferecido em troca uma blindagem na CPMI do Cachoeira, já que a “amizade”, além de outras coisitas, entre o ex presidente do Supremo Tribunal Federal e o Senador Demostenes Torres pode explodir a qualquer momento. As escutas dessa vez existem.
A estória não agüentou um dia. Nelson Jobim, que, segundo o Gilmar, havia presenciado a conversa – ela teria ocorrido no escritório do ex-ministro – desmentiu tudo e enfatizou que nada foi dialogado a respeito do processo do mensalão.
Sepúlveda Pertence, também ex-ministro, ajudou a chutar cachorro morto. Disse que nunca foi procurado por Lula para fazer lobby a favor do adiamento do julgamento, conforme disse Mendes a Veja.
Para terminar de completar, Ayres Britto, atual presidente do STF, defendeu o ex-presidente Lula, enfatizando que nunca o PTista pressionou o Supremo em qualquer situação quando foi presidente, que dirá agora. “Ele deve ter se equivocado”, disse o Ministro, ao analisar a versão do Gilmar Mendes. Parece que Mendes esqueceu de combinar com todos os envolvidos.
Envergonhada com a situação, Veja retirou a matéria do seu site.
A revista deve explicações à sociedade, pois compactuou com uma mentira, que vem se comprovando deslavada.
O periódico pode argumentar que não foi Veja quem faltou com a verdade. Ok. Eu não sou jornalista, mas sei que, numa reportagem, ambos os lados, além dos citados, devem ser ouvidos, o que não aconteceu.
Do que tem medo Gilmar Mendes? Qual foi o sentido desse ataque? Coisas que a CPMI do cachoeira vai dizer.