Alegando uma nova diminuição no orçamento, a Warner Bros. interrompe a produção da refilmagem do maior clássico da animação japonesa, Akira. Com Leonardo DiCaprio na produção e Katsuhiro Otomo, criador e diretor do original de 1988 como produtor-executivo, sua adaptação para um filme norte-americano com atores de carne e osso (e tendo sua ação transferida de uma Tóquio para uma Manhattan futurista) ainda é visto com desconfiança por uma legião de fãs. O que não é por acaso, pois Akira é a mais revolucionaria animação do século XX. Todo feito a mão, ele surpreende pela fluidez e sincronia, pela sua estética apoteótica mostrando uma Tóquio ao mesmo tempo futurista e decadente, deslumbrante e caótica. Um cyberpunk digno de comparação com outros clássicos da ficção cientifica como Metropolis e Matrix.
Resta então esperar se a Warner Bros. vai mesmo levar o projeto para frente ou que esses repetidos cortes no orçamento sepultem de vez esse ambicioso projeto, já que tais cortes podem comprometer em muito o desenvolvimento de um enredo que exige orçamentos grandiosos para ser o mais próximo do original. Particularmente, acho um mau sinal esses cortes, pois mostra a falta de coragem para um projeto que se é tudo ou nada: ou engavetar, ou garantir o orçamento que tal projeto exige. Pois, se a Warner conseguir fazer um bom filme, mesmo que não possa ser comparado ao original, muito fã da animação poderá até mesmo reconsiderar..