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Beyond The Black Rainbow

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Cinema de ficção cientifica a baixo custo não é exatamente uma novidade. Há 35 anos o primeiro filme de David Lynch já consumava tal feito. “Eraserhead”, um retrato insólito e surreal de um pesadelo, foi um filme de baixo custo que conseguia explorar elementos alheios aos das grandes produções da época.

Nos últimos anos, a tendência de sci-fi mais “humildes” se consolidou entre outros por “Pi” , “Primer” e “Lunar”, obras minimalistas com plena capacidade e fôlego de conduzir o gênero por uma atmosfera paralela ao dos blockbusters. E se fazer sci-fi com baixo orçamento é um desafio, o canadense Panos Cosmatos dá um salto ousado com “Beyond the Black Rainbown”, filme sensação no festival de cinema fantástico de Tribeca, ano passado.

Apesar de um ritmo desatinado e de atuações extrapoladas que podem e devem causar estranheza, a trilha sonora e a fotografia formam um conjunto cativante, impregnando o filme de uma aura retrô que funciona muito bem; além de evidenciar influências seminais, tais como Stanley Kubrick, Andrei Tarkovsky, e o conterrâneo do diretor, David Cronenberg.

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A trama se passa em um laboratório secreto, num daqueles motes básicos para uma boa trama de ficção cientifica, cuja tensão tem propriedade para transitar entre o drama e o terror, através de um discurso  sobre violência, sexualidade e estados alterados da mente. E nisso, Panatos acerta muito bem, pois não fica apenas no exercício de referenciar, e vai mais adiante com sua criatividade.

“Beyond the Black Rainbow” é uma aventura estética que faz o mesmo que “Eraserhead” fez por David Lynch, e se o canadense acertar o prumo, com certeza vai se tornar mais um grande nome do gênero.

Imagens: divulgação