“Espere Lula ficar bom que num instante ele acaba com essa farra no RN e corta as asinhas do pessoal de Mossoró”. Foi com essa frase que um amigo PTista vaticinou o que vem se efetivando. Apesar das notícias desencontradas (alguns jornalistas já confirmaram a aliança entre o PT e o PSB em Mossoró, sendo que outros não), o movimento não pode ser considerado uma mera marolinha.
Os ventos fortes sopram contra a candidatura do reitor Josivan Barbosa. No âmbito federal, conforme foi noticiado pela imprensa nacional, com a ação do ex-presidente, uma pessoa que respira política, já se formou uma articulação do PT com Eduardo Campos, presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro. O apoio do PSB a candidatura paulista de Fernando Haddad ficaria condicionado a atuação recíproca do partido dos trabalhadores em outras cidades com os prefeitáveis socialistas, grupo no qual Mossoró se inseriria.
Lula agia no plano nacional, mas recebia também um incentivo local. Fátima Bezerra também mexeu os seus pauzinhos. É que, com Lula atuando, a deputada se fortalece sobremaneira, já que goza de muito maior intimidade com o ex-presidente do que com a atual presidenta.
Em post anterior, a bem da verdade, elogiei a escolha de Josivan Barbosa pela via das prévias partidárias e critiquei o modo como a escolha de outros candidatos se processaram no DEM, PSDB e PMDB. Enquanto o PT convoca seus filiados para pensar que rumo tomar, afirmei eu, José Agripino, Henrique, Carlos Augusto e Garibaldi se sentaram e fecharam a questão em um almoço em Brasília.
O processo conferia ao PT um quantum maior de democracia e menor de oligarquia, se comparado aos demais partidos. Porém, para o bem da coerência do meu argumento, é preciso enfatizar que, com a candidatura de Josivan perdendo folego, nesse processo em específico, não teremos diferenças significativas entre as agremiações citadas, pois Lula fechou a questão de Mossoró em uma conversa entre ele e Eduardo Campos, passando por cima de um nome construído democraticamente. A diferença foi pequena na votação final da prévia? Foi. Mas na democracia vale 50%+1 e lá não foi diferente.
Não faço aqui a linha condenatória-valorativa-moralista. Digo apenas que, ao analisar o processo, o PT não se diferenciou em nada dos demais partidos. Mais uma vez. Caso a tendência da garfada do nome de Josivan se caracterize.
No final das contas, Lula agiu de maneira bastante similar ao senador José Agripino (DEM) e ao primeiro-damo Carlos Augusto. Foi um oligarca (decisão tomada de modo não democrático e por pouquíssimas pessoas).
Se o PTista sempre chamou Agripino de cacique, não terá agora de colocar, caso queira ser justo em seus critérios, pelo menos no “caso Mossoró”, também o colar no Barbudo?