Quinta feira passada (29/03/2012) ocorreu uma manifestação estudantil por causa do problema da superlotação do ônibus circular que anda dentro da UFRN. O ato foi organizado por um grupo de estudantes chamado de “Frente de Esquerda Universitária”, que reivindica o aumento da frota dos circulares de acordo com a atual demanda estudantil. O interessante foi ver surgindo alunos, que não participavam inicialmente da frente, trazendo outros problemas que precisam ser debatidos e resolvidos pela reitoria e órgãos que podem resolvê-los. O evento parece ter tido algum sucesso, pois conseguiu um encontro com representantes da reitora, e no dia seguinte anunciou-se que um novo ônibus iria ser cedido para a universidade. A questão é: esse novo ônibus irá suprir a atual demanda?
O problema do circular não é novo na universidade, mas esse ano atingiu sua marca crítica. Com uma frota de 5 ônibus, apesar de só 4 funcionarem, os estudantes e moradores da região que utilizam esse transporte mais pareciam sardinhas enlatadas do que pessoas utilizando um transporte urbano. Em alguns casos, o ônibus chegava ao ponto de não poder parar nos pontos, pois, de tão cheio, os usuários estavam prensados nas portas, e não havia como entrar no ônibus. Para ilustrar, trago um evento que presenciei: segunda-feira, 16h30 (que não é horário de pico) o circular estava tão lotado que não pode parar no nos 3 últimos pontos dentro da universidade (em direção ao Via-Direta).
O problema é pior ainda no período da noite, deixando os estudantes correndo risco em locais pouco iluminados com uma segurança pífia. Andar por ali também não é a melhor opção, devido à distância e a insegurança do local. O problema realmente está muito sério. Isso, ainda, sem contar que os ônibus parecem não ter horários certos, são má qualidade e depredados.
Engraçado notar como, até nisso, a universidade esta sendo um reflexo da sociedade. O problema do circular apenas reflete o problema do transporte público como um todo em Natal. Os ônibus urbanos parecem não cumprir um horário definido, deixando o usuário esperando um longo tempo, que às vezes pode chegar à uma hora de espera (o que se agrava nos finais de semana). Os ônibus são velhos, as cadeiras desconfortáveis e na maioria das vezes com pouco espaço uma para outra, obrigando as pernas a ficarem prensadas. E, ainda por cima, as pessoas viram sardinhas lá dentro. Nos horários de pico, a grande maioria dos ônibus se encontra tão lotado que se torna quase impossível respirar.
Nós, os usuários, deixamos de ser pessoas, cidadãos, e viramos sardinhas enlatadas.
Os estudantes procuram se mover para mudar essa realidade na universidade. E na cidade?