Por Francisco Huachalla, da editora Eriom
“A massiva recepção da série “La Casa de Papel”, que apresenta questões, tramas e personagens muito similares aos de “Libertália”, indica que as forças e problemáticas lançadas por Uarpêik estão presentes no “espírito do tempo”, que não cessa de demandá-las.”
“LIBERTÁLIA: pirataria anarquista e anarconinjismo“, do potiguar Wagner Uarpêik, apresenta a gênese, trajeto e manifestos de Libertália, uma organização secreta anarquista ousada e peculiar. Como alternativa diante da crise ou fracasso das formas de militância consagradas, os libertalianos propõe o “ativismo ninja”. Como alternativa diante do capitalismo e sua “escravidão” trabalhista, a irmandade reivindica a “piratologia libertária”. A espantosa saga do grupo nos convida a refletir sobre política, luta de classes, conspiração, moralidade, crime, redes sociais, cibercultura e civilização.
Os dilemas e debates propostos por “Libertália” são envolventes, atuais e urgentes, ainda mais agora, quando o fim do mundo, ao menos daquele mundo anterior ao coronavírus, é uma verdade cotidiana. A massiva recepção da série “La Casa de Papel”, que apresenta questões, tramas e personagens muito similares aos de “Libertália”, indica que as forças e problemáticas lançadas por Uarpêik estão presentes no “espírito do tempo”, que não cessa de demandá-las. “Libertália” está sendo traduzido para espanhol, atendendo a pedidos; e já conta com “traduções livres” circulando na Grécia, onde parece ter sido bem acolhida pelos anarquistas.”
O leitor está diante de um livro habilitado para incomodar muita gente. A primeira edição, publicada pela editora Sol Negro em 2017, causou alguma confusão. O autor foi taxado de apologista do crime, perseguidor do anarquismo, e também de ativista disfarçado de contador de histórias. Em entrevistas, misterioso, polivalente, ácido, Wagner deu algumas chaves para melhor compreendermos o motor original da obra. Cedo ou tarde, as camadas desta história ainda pouco conhecida serão escavadas por bons intérpretes, e seus alertas, paradoxos, complexidades e ironias se tornarão mais populares.
O texto desta segunda edição, exclusivamente digital [dando continuidade à transmissão gratuita e não impressa iniciada com “Pandemoinhos”], foi revisado e atualizado pelo autor. As alterações se limitaram quase inteiramente aos sinais de pontuação. A obra pode ser baixada gratuitamente neste link: https://www.wagneruarpeik.com/anarquismo-contemporaneo
Nesta quinta, às 20h, no perfil @equipe.eriom.