Comecei a ler a matéria que versava sobre a iniciativa da prefeita Micarla de Sousa de impedir qualquer possibilidade de aumento no valor cobrado pelas passagens de ônibus em Natal com entusiasmo. Pronto! Finalmente ela vai atender aos interesses da população em detrimento da vontade de um sindicato patronal, pensei. Estava errado. A notícia leva o leitor nitidamente ao erro. Uma verdadeira prostituição da linguagem, como costuma falar um bom professor da UFRN.
Não haverá, esta é a única verdade, elevação do preço final para o cidadão. Porém, ao conceder benefícios fiscais e passar a pagar aos empresários do setor uma “parcela” (percentual não mencionado) do programa passe livre (programa que isenta o pagamento de segunda passagem do ônibus utilizado logo depois de uma primeira corrida), conforme mencionado pela versão da própria prefeita, haverá, na prática, um aumento.
Pois, recapitulando, o empresário de ônibus coletivo passará a ser remunerado por um programa municipal – bom, diga-se de passagem – que já se encontrava embutido no custo da passagem cobrada atualmente (não acredito em almoço grátis). E ainda terá o custo com impostos diminuído.
Em resumo, os empresários serão, sim!, beneficiados com um incremento em sua taxa de lucro.
O custo do transporte coletivo não é pago por uma pessoa. Quem arca com o serviço é a sociedade como um todo. E desta argumentação sofistica, que esconde um pequeno mas fundamental detalhe, que surge o embromation.
E o dinheiro? Virá de onde? Tenham certeza: não cairá do céu.
Lembrem-se! Imposto é a junção da contribuição do meu, do seu, do nosso suado dinheirinho.
Ao não arrecadar dos empresários, ou recolher em menor proporção se comparado aos dos outros setores, a prefeitura deixa de adquirir recursos para efetivar os serviços e obras que a cidade precisa.
CONTRA EMPRESÁRIOS?
Há quem diga que sou contra os empresários. Balela. Eles desempenham o seu papel. Eu só penso que o interesse coletivo não deve ser sobrepujado (atropelado) pelo interesse individual de alguns.
LEGISLATIVO
Não será consultado?
OUTRO DETALHE
Promessa de que não haveria, depois do aumento em 2011, nenhuma mudança agendada para 2012..