Desonestidade intelectual, conservadorismo e flertes com o fascismo são características em comum entre os neo movimentos de direita como MBL e Vem pra Rua. Na capital potiguar, o moribundo “UFRN Democrática”, que passa longe do conceito de democracia, tenta se colocar como um espaço de promoção da pluralidade de pensamento, independente da orientação política e sem vinculação com partidos. Mas, tem falhado feio, tem falhado rude.
A última peripécia do grupo, ou de seu líder, foi a divulgação de uma “Carta aberta a reitoria da UFRN” (sic), solicitando um posicionamento sobre o consumo e suposto tráfico de drogas dentro da instituição. A grave acusação de vendas de entorpecentes é escrita em primeira pessoa, relata fatos da vida do autor, mas assinada por “alunos do curso de jornalismo da UFRN”.
A divulgação da carta em um blog da cidade, conhecido por seu posicionamento político e algumas barrigadas, causou mal-estar entre alguns estudantes do curso. Além da generalização, os participantes do grupo no facebook “Comunicação Social – UFRN”, formado majoritariamente por alunos e ex-alunos da área, se sentiram constrangidos pelo conteúdo do texto.
Estudantes criticaram a postura do suposto autor, Rodrigo Maker da UFRN Democrática, e a representatividade do documento. Abaixo você pode ler alguns dos comentários:
“Rodrigo Maker assine os documentos pela sua organização ou com o seu nome, não use “estudantes de jornalismo” generalizando uma carta que não foi discutida e aprovada pelo corpo discente do curso. Grata”. (Nathália Campero)
“Me senti dentro de um ônibus ouvindo uma pessoa do manasses. Ele precisa aprender a falar por si só e não pelo todo”. (Raphael Dumaresq)
“Carta assinada no plural e escrita em primeira pessoa, pisa menos concordância.” (Lutchenca Medeiros)
“Refletindo aqui sobre o que é pior: o indivíduo que escreve uma carta em primeira pessoa e assina em terceira, envolvendo pessoas de todo um departamento, sem sequer comunicar sua intenção aos demais ou o indivíduo que acha pouco o feito do primeiro e ainda reproduz a burrice em seu blog”. (Iane Mari Lima)
“Me sinto desrespeitado. Isso é grave”. (Sérgio Ricardo Jr.)
“Eu entendo o cara que escreveu a carta. Tenho trajetória de vida semelhante a dele: também fiz parte dos números de criminalidade ideológica, atuando como consumidor e traficante de ideias hegemônicas. No meu caso de papangu, quase foi ceifada minha chance de pensar na possibilidade de desconstrução social . Afastei-me disso tudo ao ingressar no curso de jornalismo, mas para minha surpresa, ainda tenho que conviver novamente com as drogas, digo, esta carta aberta”. (Luiz Carlo Calinho)
Em uma postagem, Rodrigo Maker se defende alegando que “estudantes de jornalismo não quer dizer q é o corpo total de discentes do curso. Basta um grupo de estudantes de jornalismo motivar a tal carta, q a mesma será representante do tal grupo”(sic). Ressalta também, que não irá se retratar por não ter assinado a carta, apesar de ter respondido aos questionamentos como autor.