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A órbita do meu umbigo

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A gente se dá muita importância, eu tenho notado. 7 bilhões de pessoas no planeta e ainda há quem ache que a terra gira em eixo perfeito ao redor de si. Esse é o mal do mundo automatizado, compartilhado, globalizado, acelerado. Tá tudo muito rápido e intenso – inclusive a relação de nós e nós mesmos. Calma, Cocadas. A vida pode ser só essa, mas existem outras a serem também prezadas.

Geração “fala que eu te escuto” uma ova, hoje a gente só outorga os pensamentos e blablableia por aí como se fossem verdades. E nem precisa ser pensamento nosso, basta ser qualquer coisa sobre qualquer assunto polêmico vindo de uma qualquer-fonte-super-segura (de preferência, na internet).

Não sei se sei bem sobre o que afirmarei que sei, mas sinto uma falta brutal do silêncio educado e discreto de quem tem algo a dizer mas que prefere o bem estar.

Generosidade não é só dar o pão pro necessitado, oferecer carona ou falar “deixa que eu pago”, mas abdicar também do que alimenta facilmente o nosso ego.

Caminhamos todos os dias, step-by-step, prum mundo mais violento e banal (sobretudo por causa da automatização que eu já falei lá em cima, sabe? “sentir” e “ser profundo” tem sido o oposto do real significado: superficial) e viver em sociedade é, antes de qualquer coisa, respirar e entender que pra ficar bem consigo é preciso fazer com que outras pessoas não se afetem por isso.

Arremesso de palavras ao vento é algo tão benéfico pra saúde que devia ser esporte olímpico, perigoso só é quando a letra errada a gente joga pra órbita do próprio umbigo.