Na próxima quinta-feira, 10/07/2014, às 09h00, o candidato do PSOL ao governo do Rio Grande do Norte, Professor Robério Paulino, e outros dirigentes e militantes partidários acionarão o Ministério Público Eleitoral do Rio Grande do Norte,solicitando providências quanto à manipulação das pesquisas eleitorais no Rio Grande do Norte e pedindo que aquela instituição assegure transparência na sua realização.
É de amplo conhecimento da população mais esclarecida que algumas das pesquisas eleitorais realizadas no estado e no país, mais do que pesquisas, são instrumentos de manipulação e sugestão da opinião pública, em favor de um candidato, partido ou coligação e em prejuízo de outros. As “pesquisas”,promovidas por alguns institutos privados, muitas vezes acabam sendo mais do que dados frios utilizados como “termômetro” das eleições, mas um instrumento de campanha para garantir o domínio da velha política vigente.
A discussão já começa por quem organiza essas pesquisas: empresas privadas, pagas por alguém. A quem interessa pagar uma empresa para realizar tal pesquisa? Alguém que, a partir do resultado, poderá ter algum ganho, prejudicando outros. Há inúmeros exemplos de como o resultado e a forma de divulgação desse resultado determinou processos eleitorais passados.
As informações que nos chegam é que a maioria dos institutos de pesquisas do estado e do país já está contratada com exclusividade por determinados políticos ou coligações interessadas nas eleições. Todos podem imaginar quem já contratou esses institutos no Rio Grande do Norte; basta ver os resultados apresentados. Como pode haver então imparcialidade, isenção, nestas pesquisas? Quem paga a banda escolhe a música, quem paga a pesquisa determina o resultado, obviamente. Tais pesquisas manipuladas influenciam sobremaneira os eleitores, pois grande parte de nossa população menos escolarizada, infelizmente, tem como cultura “não votar em quem vai perder,só votar em quem vai ganhar”.
Então,elas, em sua maioria, não são pesquisas, são fortes instrumentos de enganação da opinião pública. Portanto, quando os jornais e demais meios de comunicação estampam essas “pesquisas” em suas páginas, diretamente beneficiam alguns e prejudicam outros. E nos sentimos diretamente prejudicados.
Nas eleições de 2012, há apenas 3 dias das eleições, foi publicado em diversos canais de mídia, baseado em uma pesquisa da Vox Populi, que Carlos Eduardo (PDT) venceria no primeiro turno com mais de 48% dos votos. Apurado o primeiro turno, ele foi o único candidato que obteve muito menos votos do que a pesquisa apontava. Já Mineiro (PT) foi o caso mais gritante, em que o “erro” foi de mais da metade (a pesquisa apontava 10% quando, na realidade, ele obteve 22%). Mineiro foi claramente tirado do segundo turno por influência daquelas “pesquisas”, ou seja, elas beneficiam uns e claramente prejudicam outros. Robério Paulino (PSOL) aparecia com apenas 2%;obteve quase 4% quando foram abertas as urnas.
Ora, se a própria Justiça Eleitoral garante o direito de acompanhamento do processo eleitoral, de fiscalização no processo, porque as “pesquisas”, que envolvem nosso nome – portanto, somos diretamente interessados –, não permitem fiscalização e não têm nenhuma transparência quanto à metodologia de sua realização e tabulação? Elas funcionam quase que como uma pré-eleição, envolvendo nosso nome sem permissão e sem que tenhamos nenhum acesso à sua realização e tabulação, ou seja, podem beneficiar ou prejudicar candidatos ou partidos quando queiram.
O argumento usado para defender tais pesquisas é que são registradas no TRE. Ora, o seu resultado é apenas registrado no TRE expost facto, depois de já realizadas, sem qualquer controle durante sua realização, o que não garante nenhuma isenção nem transparência.Se esses institutos querem ter alguma credibilidade, então sugerimos que chamem todos os interessados que têm seus nomes envolvidosnas suas pesquisas para uma reunião, expliquem a metodologia da pesquisa e nos permitam acompanhar o processo de sua realização. Afinal, somos parte interessada na questão. Se não o fizerem, não queiram que nós e a opinião pública creditemos qualquer isenção às suas pesquisas.
Agora em 2014, pesquisas divulgadas nas últimas semanas nos dão um resultado até 5X inferior ao que temos apurado em enquetes junto à população. Ao mesmo tempo, nos dão rejeição superior aos velhos e corruptos políticos amplamente rejeitados pela população mais consciente. Isso é uma piada de mau gosto, nãouma pesquisa. Alertamos a todos, à imprensa, e em especial ao TRE e ao Ministério Público Eleitoral, que essas “pesquisas” viciam, deslegitimam o processo eleitoral, pois prejudicam alguns e beneficiam outros.Um sistema que permite esse tipo de manipulação tem sua democracia claramente questionada.
Por isso, nesta quinta-feira, 10/07/2014, estaremos provocando o Ministério Público Eleitoral do Rio Grande do Norte para que interceda no processo dessas pesquisas, nos garantindo pelo menos o direito de acompanhar e fiscalizar sua execução, pois somos diretamente interessados e elas têm lesado nossos direitos. Chamamos todos os demais candidatos e partidos que se sintam prejudicados como nós que façam o mesmo.
Com informações da assessoria.