O filho do ex-governador Aluízio Alves, Henrique Eduardo Alves, pré-candidato ao governo do RN, resolveu de modo, digamos, mono-crático colocar o nome do pai no novo aeroporto de São Gonçalo do Amarante, desconsiderando a consulta popular sobre a possibilidade de homenagear outras figuras significativas da história de SGA e do RN. Ao invés de submeter à questão ao debate, abrir o diálogo, Alves preferiu aprovar tudo nas comissões da distante Brasília. Deu um aeroporto ao pai de presente.
O modus operandi da homenagem forçada é um indicativo de como Henrique pretende gerir o RN, caso seja eleito em 2014? Distante do anseio do aprofundamento das instâncias de participação democrática? Seria imprudente generalizar. Porém, este fato concreto é típico de uma administração pelo alto, ou seja, apartada do cidadão e que enxerga na coisa pública uma mera extensão do quintal de casa. E mais: esfacela o sentido de mudança na maneira de incluir os novos grupos políticos, que batalham para entrar cada vez mais em cena.
Não há qualquer intenção de julgar aqui a figura de Aluízio. Que fique claro. Mas do jeito que o filho agiu, impondo uma homenagem ao pai, acaba – aí sim – por enfraquecer a biografia de quem ele quis levantar a bola. Na ambiência política fortemente impactada pelas manifestações de 2013, Henrique mostra também que está na contramão da história.