WILMA DE FARIA X FÁTIMA BEZERRA
Eleição não se ganha na véspera. Wilma de Faria vem entendendo bem o significado desta máxima. A já chamada de guerreira num passado distante era, por não poucos, imaginada como a governadora ou senadora de férias. Só faltava escolher. Procurando uma aposentadoria segura, fechou acordo com Henrique e provavelmente sairá para o senado.
Mas a aparente folga sobre os adversários, na disputa para o governo ou senado, tão aleardeada pelos Institutos ligados a ela, aos poucos vai dando lugar a preocupação. Tanto é que esses mesmos Institutos, com os seus dados alavancadores da candidatura de Wilma de Faria, desaparecem da imprensa. Não há nenhuma consulta wilmista publicada.
As pesquisas pegam fogo mesmo nos bastidores. Tive acesso a algumas. As tendências, algumas delas já previsíveis, viram motivo de surpresa e apreensão para os mais otimistas, agora tomados pelo titubeio. Na medida em que a eleição se aproxima e o quadro é lentamente definido, a ex-governadora perde força e a deputada federal, Fátima Bezerra (PT), que luta pelo senado, empolga.
Conforme já foi dito aqui em textos anteriores, Fátima Bezerra tem uma imagem mais antenada com o sentimento de mudança inflado pelas manifestações de 2013. Tanto é que já leva nas grandes cidades (Natal e Região Metropolitana e Mossoró) e nos estratos médios para cima. Pela curva, na medida em que o pleito entrar mais fortemente na vida das pessoas, esta tendência nessa parte dos eleitores irá acentuar.
Wilma ainda se mantém soberana entre os mais pobres e cidades com menos de cinquenta mil habitantes. Com um agravante para ela: seu eleitorado é o que demora mais a apresentar uma definição mais bem delineada. Nessa parcela do eleitrado, o recall wilmista ainda é um bom escudo. Mas a base social não é sólida.
Com o pleito bastante acirrado, a deputada federal, Fátima Bezerra, também demonstra credencial relevante para o período ainda pré-eleitoral, mais do que aquele relacionado a quem está liderando ou perdendo. É menos rejeitada.
E, finalizo, a grande maioria diz ser contrária aquilo que vem encarando como “acordão”, ou seja, a união de Wilma de Faria e Henrique Alves.
PSB QUER WILMA DE FARIA PARA O GOVERNO
Wilma de Faria foi informada por alguns em quem ela confia que os últimos levantamentos não são bons. O senado não vai ser fácil. Os seus assessores e correligionários tentam de todas as formas convencê-la de que é o Governo do Estado e não o Senado Federal o melhor caminho.
HENRIQUE ALVES X ROBINSON FARIA
Diferença de poucos palmos. Também acirrada. Com uma vantagem e desvantagem para ambos – Robinson Faria não tem a estrutura que Henrique Alves montou. O Alves está articulando um rolo compressor. Porém, Henrique encarna tudo o que o eleitorado do Rio Grande do Norte, hoje, rejeita. Engrossando o discurso e demarcando o que o difere das demais chapas, Robinson dará trabalho.
ROSA DE ESPINHOS PARA HENRIQUE
Rosalba Ciarlini candidata, procurando a reeleição, é certeza de perda de votos para Henrique Alves, além do discurso. Daí sua articulação para também retirá-la do combate.
Porém, a não mais bajulada pelo nome de Rosa não tem outra saída. É desistir e aceitar tudo o que disseram sobre e contra ela ou arregaçar as mangas e defender a sua gestão. Acreditar num acordo com Henrique Alves, que promete ajudá-la depois da eleição, caso não seja candidata, representaria suicídio. Menos seguro do que investir na Telexfree.
DESCONSTRUÇÃO
Concordo com a coluna de hoje do Diógenes Dantas, editor do nominuto.com. Será a eleição em que o candidato tentará desconstruir a imagem do oponente. O caminho: mostrar que o adversário representa o atraso, a mesmice.
Só discordo do referido jornalista no impacto dos possíveis conteúdos utilizados nas estratégias de enquadramentos. Enquanto Wilma de Faria poderá atacar Fátima com o distante (do eleitor estadual e sem relação com Fátima) e inconcluso caso da Petrobrás (ou o mensalão), o que deverá ser feito com bastante cuidado para não passar a imagem que também é contrária aos programas sociais e transferências de renda de Lula/Dilma (lembrar base eleitoral de Wilma); terá de responder pelos escândalos de corrupção na sua gestão com ramificações e condenações que atingem diretamente a evolução da sua árvore genealógica. É uma diferença e tanto.