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Por que não protestar durante a Copa

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images (1)Morei dois anos em São Paulo. Primeiro em Osasco, depois na capital daquele estado. Sempre que dizia que era do RN numa roda de amigos, alguém, que já conhecia Natal, falava: “Natal é um sonho. Sempre que posso, passo minhas férias por lá”. Ou então: “já fui. É lindo”. Aí entravam os relatos sobre os momentos nas dunas, praias, cajueiro.

No bate papo, quem não conhecia, dizia: “ahh, legal, quero visitar aquela cidade um dia”. E daí faziam perguntas sobre hotéis, custo das coisas, etc. Alguns efetivamente vieram.

Sempre me lembro dessa experiência quando vejo, dentre outros benefícios (toda a infra-estrutura construída – mobilidade, portos, aeroportos, etc), a promoção do Brasil durante a copa. Será um momento único para vendermos a “nossa marca”.

Apenas Natal, que tem no turismo sua principal atividade geradora de emprego e renda, receberá cerca de 50 mil estrangeiros das mais diversas nacionalidades, além de milhares provenientes de outros estados. Sem dúvida, serão multiplicadores das impressões coletadas por aqui. Levarão uma imagem: boa ou ruim.

Desde que foi anunciada como cidade-sede, os vôos internacionais para Natal já aumentaram em 800%. Isto significa o dono do restaurante, o bugueiro, o vendedor de artesanato, o transportador de turistas, guias, prestadores de serviço em geral, ganhando com a entrada de divisas. E, não nos esqueçamos, o governo aumentando a arrecadação de impostos e tendo condições de elaborar ou intensificar políticas públicas inclusivas.

Sim, é verdade. Algumas obras de mobilidade não ficarão prontas. Eu também queria vê-las todas organizadas para a Copa. Mas o Brasil continuará depois do evento e o benefício logo será desfrutado.

Protestar é legítimo. Mas não podemos perder essa oportunidade. A hora é de aproveitar. Em todos os sentidos.