Por Tiago Souto – Sociólogo e pesquisador do NUESC-DH/UFRN.
Para o cidadão que esteve nos últimos dias procurando os serviços fundamentais do município de Natal, a exemplo, a secretaria de tributação[1], ao invés dos corriqueiros serviços de expediente, encontrou os servidores públicos de sua cidade Natal em greve.
Os funcionários públicos municipais mantém uma paralisação de caráter contestatório a quase uma semana, pois segundo o SINSENAT (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Natal) a equipe do prefeito propôs a categoria um reajuste salarial dos servidores de 2% , muito longe dos 18% pleiteados. E o que deixou os servidores ainda mais indignados foi o projeto encaminhado a Câmara Municipal pelo prefeito Carlos Eduardo (PDT) de reajustar os salários dos cargos comissionados[2] em até 166%.
A revelia da sociedade natalense a imprensa hegemônica potiguar omite totalmente esta pauta, não só em relação às reivindicações dos grevistas, mas ao se calar sobre o fato, simplesmente deixa de cumprir o papel tão caro ao jornalismo, a informação. Os interesses que sustentam as linhas editorias dos principais jornais do Estado do RN só demonstram um apoio indiscriminado ao prefeito Carlos Eduardo em detrimento da população potiguar que é “surpreendida” pela greve geral e não encontra uma linha sequer nos jornais locais sobre este tão importante fato, que já lotou a Câmara Municipal no início da semana, além de piquetes e ocupação de ruas em protestos.
A mídia potiguar cada vez mais demonstra sua parcialidade nos fatos e se coloca como um instrumento de poder na mão dos interesses abjetos, assumindo uma postura totalmente dependente dos interesses privados e de grupos, tornando-se cada vez mais demasiadamente desprezível, parcimoniosa, pobre, medíocre e com um discurso, ou melhor, a falta de uma grandeza que demonstra não só a estreiteza de visão, mas também de espírito.
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