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Sobre o WhatsApp, boatos e eleições

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Recebi uma mensagem num dos grupos do WhatsApp que participo: “há um enfermeiro infectado com virus HIV, que anda contaminando pessoas pela cidade”. E ainda aconselha: “é bom ficar experto”. Ao término, aquilo que seria o retrato falado do sujeito. Recentemente, a Emparn, a Polícia Militar e a UFRN vieram a público desmentir possíveis catástrofes, onda de crimes e outros acontecimentos espalhados de modo viral pela rede.

A rede social via captura do número de celular de um terceiro na agenda do smartphone está se tornando num verdadeiro esgoto a céu aberto. Sem a capacidade de detectar quem foi o primeiro a lançar a suposta informação, garantindo, portanto, o impune anonimato, o WhatsApp terá tudo para virar mecanismo de difusão de escândalos, de uma agenda negativa em relação ao oponente na próxima eleição. Isto ocorrerá, principalmente, próximo do fim da disputa, dada a dificuldade de reverter um boato. E o resultado pode ser devastador. Mas não será a mentira deslavada, que ganhará difusão. E, sim, aquela com um certo verniz de verdade capaz de levar o eleitor a erro.

Sobre os últimos boatos que circularam em Natal, uma pessoa próxima a Zuckerberger – espalho uma estória? – me disse: isso é só para formar rede de contatos. Nas redes sociais, a eleição já começou.

Liguei para um amigo especialista na área, que explicou: o WhatsApp não permite o acúmulo de contatos, como nas antigas correntes de email. A cada nova transmissão, uma nova interação despida de qualquer composição de histórico anterior. Daí a dificuldade, inclusive, para a polícia atuar e punir possíveis práticas criminosas.

Apesar das conjecturas, algumas carregadas de supostas certezas, o fato concreto é que o impacto ainda é incerto, desconhecido. Ninguém tem satisfatória segurança sobre o que irá acontecer. Por via das dúvidas, melhor montar uma equipe qualificada e se preparar para o melhor. E para o pior.