É preciso cuidado com o que se fala nas redes sociais. A sistemática exposição do eu traz a luz do dia, às vezes, até o que a gente esconde de nós mesmos.
Foi o caso do professor do IFRN que atacou, em seu Facebook, a hospitaleira Pau dos Ferros aonde exerce suas atividades laborativas. O docente foi extremamente preconceituoso, infeliz, para dizer o mínimo. Vociferou contra uma região que lhe garante sustento.
Vale considerar que representa o sonho de muitos – inclusive meu – que estão na batalha trabalhar no IFRN e na cidade de Pau dos Ferros ou qualquer outro município do RN pela referida instituição.
Certamente, o jovem educador já está refletindo sobre o que escreveu.
Mas é preciso cuidado também com o enfrentamento do caso. Linchamento não resolve. Quer seja ele físico ou simbólico.
Impensável se solidarizar com o racismo regional que o professor externou.
Porém, também de pouco adianta tratar a situação, querendo assassinar a imagem da pessoa que pôs para fora as lamentáveis palavras abaixo.
Clamar pela “cabeça” – o emprego – do profissional? Para quê? Satisfazer a ira alheia?! Justiça com as próprias mãos, não.
A atitude deve, isto sim, ensejar o debate para que os que pensam como o docente revejam as suas posições.
Com certeza, ele não é o único a produzir, digamos, esta preconceituosa visão de mundo.
Vale criticar também o “autoritarismo” muito caro a uma parte da nova geração, que acha que só ela é portadora de conhecimento. Não raro, expele preconceito contra o livre direito de escolher os governantes. Na sua postagem, o dito cujo chama o povo de burro por votar no DEM, como se as pessoas não fossem capazes de escolher aquilo que elas entendem ser o melhor para elas. Eleição se ganha no voto e o perdedor deve respeitar a soberania dos sujeitos.
PS. Bastante sensata a nota emitida pela instituição (ver ao término da matéria abaixo).
Da Tribuna do Norte
Pau dos Ferros: alunos do IFRN cobram demissão de professor
O clima no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN) de Pau dos Ferros foi tenso durante toda a manhã de hoje (30). Alunos cobram a demissão de um professor que, através de redes sociais, chamou o município de “cabaré” e criticou as condições da água e o clima na cidade. De acordo com informações da instituição, o professor não foi ao local nesta quinta-feira (30).