O modo como a copa do mundo de futebol (não) foi legitimada no Brasil gerou toda essa onda de desconfiança, descrédito. Faltou a boa política, ou seja, combinar com gregos e troianos, debater mais com a sociedade, demarcar posições.
Mas depois da estrutura pronta, estádios, obras de infra-estrutura, fazer protesto para não ter copa e deixar de aproveitar o que ela pode proporcionar (visibilidade, empregos, renda) é um despautério alimentado por setores udenistas, aventureiros extremistas – jacobinos e girondinos – e apartidários com sua verborragia geradora de resultados conhecidos pelos militantes de partidos de esquerda e sindicatos durante os atos de junho do ano passado. Eles sofreram na pele com a antipolítica ornada por alguns como progressista.
E o que um movimento, sejamos generosos, “social” como esse será capaz de produzir, de construir, para além da expressão exacerbada daquele ressentimento da classe média inconformada porque tem de dividir “suas” praias e aeroportos e o umbiguismo niilista da geração danoninho beneficiada pelos ganhos de consumo, incremento da renda familiar, acesso aos diplomas universitários?!
Nada. Nenhuma pauta qualificada sairá de tais manifestações, ainda que, genericamente, gritem – sem coragem de expor suas reais intenções – por mais “saúde e educação”. Fato é que ignoram o fortalecimento de tais áreas nos últimos anos e desconsideram a vitória da destinação dos recursos do pré-sal para melhorar ainda mais esses serviços públicos.
As “passeatas pacíficas” tão placidamente comemoradas pela mídia – aquela que passa dia sim e outro também centrando fogo contra os programas sociais geradores da histórica reversão da desigualdade no Brasil – vem aí. E, com elas, black bloc e outras barbáries.
Vamos cair nessa?!