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#RevoltadoBusão e intelectuais que eu repudio

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Qual o sentido de escrever, de se inserir na disputa pública? Óbvio que há várias atuações legítimas. Mas a mim incomoda aquele tipo de figura que só fala para “ficar bem com a galera”.

O uso público da razão requer, em muitos momentos, “nadar contra a corrente”, quer seja ela à direita ou à esquerda, reconhecer/refletir sobre erros e articular acertos.

O inferno está cheio dos “pastores dos fins nobres”, como Nietzsche não cansou de demonstrar.

Max Weber, que não era adepto de falsas esperanças, temeu mais determinado tipo de socialista, aquele ultra-esquerdista forjado numa fé cega na superioridade de suas intenções, do que o “boss” amoral que nasceu com os novos mercados da política.

Weber não era bobo. Em que pese sua paquera duradoura com a social-democracia, preferia ver uma direita moderada no poder do que a extrema-esquerda dotada de uma vontade de rebanho extremamente autoritária e deslegitimadora do direito democrático a participação dos outros, da diferença.

Na #RevoltadoBusão é comum encontrar, digamos, tais imposturas.

Se para trazer os “meninos” para o partido, liderá-los, é necessário apoiar ataque a partidos, que seja – argumenta-se contra as agremiações, justifica-se a violência contra militantes como “democracia direta”;

Se irresponsáveis picham os muros da Câmara, tratando a “casa do povo” como a extensão do seu quintal e deixando a sujeira para que o poder público retire dinheiro de outras políticas para a manutenção necessária; lá está o suposto erudito “amigo” do movimento, falando em “liberdade criativa”.

O pensador dito progressista, não medindo sua inconsequência, alimenta a desrazão ressentida dos revoltosos – aqueles “ordeiros e pacíficos” -, que identificam no ataque ao patrimônio público e privado um meio para a mais irrefletida e bestial “vingança”.

Ao invés de incentivar o uso da palavra para aparar arestas entre estudantes e policiais. Apaga o incêndio com gasolina e produz discursos para demonizar uma corporação, que não é monolítica e não pode ser identificada como “inimiga”. Me desculpe a afirmação tola, mas ela se faz necessária: policial também é gente. E vive na miséria um movimento, que diz lutar por transporte público de qualidade, preocupado em “enfrentar a polícia” e não juntar todas as forças POLÍTICAS para fazer passar sua pauta.

Para o engajado, princípios se negociam e ele altera os seus toda semana: basta o vento mudar. A minha pouca experiência pessoal me ensinou a suspeitar de todo aquele “bonzinho” que concorda com tudo e que todos. São justamente os celebrados hoje no movimento social, que de movimento social, na acepção democrática, não tem mais praticamente nada, se é que já teve um dia…

PS. A quem interessar possa, por favor: não roube o meu e-mail novamente.