Eu moro na Coreia do Norte?! Já vendem coca-cola pelas nossas bandas? Quem assistiu o jornal da globo de ontem entendeu a ironia embutida nas minhas indagações.
Explico. Conforme reportagem global, o Brasil não comercializa com as principais economias do planeta e se encontra isolado.
Depois de gráficos rápidos, com todas as nações com torres lá em cima e o verde amarelo no nível do mar, verborragia sadenberguista, terminei com a impressão de que o governo impôs um embargo a si próprio.
Mais. Que o mundo vive grande bonança e o Brasil caminha na contramão.
Mas antes o aumento do risco Brasil, inflação de meio dígito comparada com períodos anteriores em que ela chegava fácil aos três números e o problema do dólar, que pelo terrorismo, está batendo os 20 reais.
Depois do cenário “o mundo acaba amanhã”, colocam a Dilma ou algum representante, falando algo que, pelo efeito de contexto das notícias, figura como desconexo, sem sentido, pintando governo como despreparado ou patinando na maionese.
E para não perder o costume, um especialista, aproveitando os minutos de fama, afiançando tudo.
Parentese: já notou como eles falam sempre a mesma coisa, só alterando a ordem das palavras de acordo com o cenário?
Exemplo: “Risco Brasil” aumentou pela “carga tributária”, “inchaço da máquina” e ausência de infra-estrutura.
Exemplo 02: Brasil não cresceu como deveria pela falta de “infra-estrutura”, “inchaço da máquina” e “carga tributária”.
Tudo bem diferente de 1998, quando o Brasil, quebrado, estava de pires na mão, com 40 milhões de famintos, involução, desemprego, salário no chão – escancaradamente diverso da solidez e inclusão social de hoje -, no entanto FHC ornamentado e versado no javanês, como o único capaz de enfrentar aquela crise.
E ainda há quem defenda a imparcialidade da imprensa. É. Tem gente que teima acreditar em papai noel. Pior. Que a mídia vota nulo.
Ganharam em 1998 – mas o Brasil não – e querem levar em 2014 no grito. Vão quebrar a cara.