Acabo de ler no blog da jornalista Ana Ruth Dantas, que dos 140 municípios em estado de calamidade em decorrência da seca, 132 estão no CAUC, uma espécie de “Serviço de Proteção ao Crédito” das prefeituras junto ao governo federal. Na prática, estão impedidos de receber verbas da união.
É o assunto que não convêm debater pelos prefeitos e pelo governo do Estado. Os gestores centralizam a sua luta na ideia de que é necessário mais recursos. Não cabe aqui negar o pleito. O problema é que as administrações e o próprio destino do dinheiro arrecadado também necessitam “sentar no divã”.
Os municípios não modernizam suas máquina. Servidores não são capacitados e cargos de comissão entram sem nenhum preparo. Em alguns casos, consultorias são contratadas e os funcionários públicos ficam ociosos. O now know não fica na cidade.
Na maioria dos casos, a prefeitura entra no CAUC, não por dívida, mas por má prestação de contas e/ou problemas com a contrapartida.
As instituições que devem contribuir poderiam fazer uma grande força-tarefa para alterar este quadro – as secretarias municipais de planejamento, secretaria estadual, escola de governo, etc.
As universidades têm papel civilizatório no caso também. Mas não como ocorre hoje, onde o professor DE (Dedicação Exclusiva) fica trabalhando “por fora”. Os docentes e departamentos devem trazer, de fato, o desafio para dentro dos seus muros institucionalizados.
Não basta fazer discurso vazio sobre a defesa da técnica. Imprescindível trazer ações concretas.