Search
Close this search box.

Poema/processo

Compartilhar conteúdo:

Contra o marasmo cultural – uma ação terrorista. Sou a favor de um anarcoterrorismo desde dezembro de 68, quando nós do movimento do poema/processo explodimos todas as “torres gêmeas” da cultura potiguar, numa ação de terrorismo cujos estilhaços das bombas ferem o marasmo dos versificadores até hoje. O poema/processo foi o mais importante e revolucionário movimento cultural potiguar (e conseqüentemente nacional) junto com a Semana de 22, a Poesia Concreta e a Tropicália em âmbito nacional.

O resto é masturbação literária e poética de “viadinhos” líricos que ainda fazem poemas e sonetos utlizando-se de uma estética caduca e reacionária. A mídia literária no Brasil e particularmente a potiguar nunca entenderam a revolução do poema/processo.  O fazer poético de um Falves da Silva, por exemplo, continua fundindo a cuca dos imbecis da mídia literária nos luares de Ponta Negra e das “praieiras dos meus amores”.

O poema/processo VIVE. Só que as fases dos manifestos passaram. Mas a bulição criativa está aí, VIVA, na arte postal, poesia visual, como queiram. Em 68 eu fui chamado à Secretaria de Segurança do RGN para “explicar o poema/processo” e muitas das nossas exposições foram proibidas, fechadas, censuradas pelos milicos do nefasto golpe militar de 64.  Tem uns imbecis de plantão que pensam que eu deixei o poema/processo para voltar ao verso. É verdade que escrevi muitos livros de versos. Raros de qualidade poética.  Outros desprezíveis. Meu poema/processo “Signo” vale por uns 10 desses livros que escrevi. Em 2011 pretendo lançar “P.U.L.S.O.S” que é meu último livro de versos, junto com “Terra”  que é um livro de banzo, dedicado à Auta de Souza. Feito isso pretendo lançar OPIUM, um envelope revista com poemas visuais, mensal. Sinto-me mais criativo no poema/processo, visual do que no verso. Tenho idéia de um poema BRASIL 64 que é um bife em forma do mapa do Brasil, posto num espaço de acrílico fechado. O bife Brasil naturalmente vai apodrecer gerar vermes. Tenho outras idéias poéticas radicais. Sinto-me cada vez mais um anarquista cético do que um poeta (no conceito lírico da palavra). A poesia é cocaína.