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#RevoltaDoBusão: “Vaza vadia”, gritou policial rodoviário federal a estudantes encurraladas

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Já tive também uma “experiência” com a PRF. Voltando da casa de uma parente, parei numa blitz da PRF. Minha mulher dirigia.

Ao pedir para encostar, o policial foi agressivo e, pelo fato também de estar portando uma metralhadora, Ingrid ficou assustada e não conseguiu afastar o carro direito.

O policial destemperado continou gritando e de metralhadora na mão. Falei que ele tivesse calma, que a conduta dele estava assustando e, por isso, ela não conseguia estacionar.

O cara veio para cima de mim, mandando eu calar a boca. Mandaram também eu descer do carro, revistaram o carro e me revistaram.

Depois de não encontrarem nada, um outro policial, que interviu, disse que eu poderia ir embora. Nunca esqueci o rosto e o nome daquele brucutu.

Durante o procedimento, ficou zombando e insinuando que eu era bandido. Aleguei que eu dava aula na UFRN e ele não acreditou.

Pensei em ir até a corregedoria. Mas fui desaconselhado por outros amigos policiais. “Não serve para nada e é capaz desse cara lhe marcar”, me disse.

Deixei para lá.

PRF dá mais um exemplo hoje de que altos salários, equipamentos de ponta e curso superior de pouco adiantou. Agiu igual a despreparada e fascista polícia militar.

PS. Sempre tive mais medo da polícia do que de ladrão. Ladrão, ao menos, às vezes, é possível argumentar. Com a “autoridade”, não.

 

No Blog do Daniel Dantas

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Por Khadija Timboo

 

553773_285621508240638_877713978_nEu sou estudante, filha de dois professores, desde cedo aprendi a lutar pelos meus direitos, aprendi a lutar pelo que acredito, e acredito em um sociedade mais digna e justa, acredito que o sistema no qual vivemos e que alimentamos é insustentável, não precisa estudar muito pra se dar conta disso, você passa nas ruas e existem pessoas dormindo na calçada, essas pessoas não tem pra onde voltar, do outro lado existem pessoas que acumulam riquezas que nunca poderão gastar ou contar. Eu acredito na luta pra construir um novo mundo, e a luta é um direito que conquistamos. Nós fomos as ruas hoje com um direito que temos e nos roubaram esse direito, assim como nos roubaram o direito de ir e vir, dizem que o transporte é público, dizem que é um direito nosso, mas nós temos que pagar 2,40 por um DIREITO NOSSO, com um sistema de transporte deficiente, falho e ultrajante.
Ano passado nós fomos às ruas pelo mesmo motivo, a polícia espancou, atirou, humilhou, insultou, torturou alguns manifestantes e disseram a população que reagiram aos ataques dos vândalos, dos marginais, que bateram, jogaram pedra e queimaram ônibus, eles disseram que estavam protegendo a população, hoje tivemos um ato pacífico, muita gente indignada, mas pacíficas, apenas ocupamos uma via, gritávamos que o aumento é um roubo, a PM, o BPCHOQUE e a PRF nos encurralaram na BR, sem ter pra onde ir apenas paramos, levantamos nossas mãos e gritamos que queríamos apenas passar, eu levantei minhas mãos sem NADA e gritei: eu só quero passar, quando eu me virei o policial atirou em mim, bombas, confusão, gritaria, todo mundo correndo, tinham senhoras, adolescentes, para os policiais existia apenas uma ordem, eu não ofereci nenhum tipo de risco a eles, eu não tinha nada nas minhas mãos, mas eu estou agora sentada só com um lado da minha perna, porque o outro está doendo por causa da balinha de brinquedo deles, e dói pra CARALHO, e a PRF quando estávamos encurralados nos empurrava e gritavam pra gente sair de perto, certamente pra bomba não cair perto deles, um me empurrou junto com minha irmã Eva Timboo e uma amiga, eu olhei pra ele e gritei: você quer que a gente vá pra onde? Levar bomba na cara? A gente tá encurralado. O escroto gritou com uma taser apontada pra nossa cara: vaza vadia. A vontade que eu tinha era de arrancar o pescoço do bicho, e vocês que gritam: sejam pacíficos, vocês não sabem qual o tamanho da indignação que eu senti, porque se eu tivesse uma pedra, o que fosse, eu teria jogado nele, mas eu não fiz, eu apenas levantei minhas mãos vazias. Parece que as pessoas estão todas dormindo, somos fantoches, fazem o que querem, quando querem, e os que vão pela BR diferente sofrem, e são apenas marginais. Eu vou morrer sendo marginal, mas vou morrer lutando, da luta não me retiro, e amanhã nos jornais os policiais terão cumprido seu papel de proteger a população, e a maioria vai acreditar, e os estudantes nas ruas serão vândalos e nada mais, e o horário da academia que perderam, as horas na espera de um ônibus que não passou, todo o caos que os estudantes provocaram, mas o caos tá aí todo dia, sua inércia, sua cegueira não permite enxergar, eles te exploram e vocês aplaudem. A polícia não me protege, a polícia não me representa, a polícia não pensa, executa. Quem policia a polícia? Quem?