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Deixa Ela Entrar

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Quando se pensa em filmes sobre vampiros ultimamente, muitos remetem ao fraco Crepúsculo. Pois é o filme do momento, e que está criando moda por onde passa. Um filme feito para apenas encher os bolsos dos executivos de Hollywood. Entretanto, a Europa, berço do bom e velho cinema de arte, traz o que pode ser o melhor filme sobre o gênero da última década.

Deixa Ela Entrar (Suécia) passou despercebido do circuito comercial de cinema, como a maioria dos filmes que não se propõem ao mero entretenimento. Porém teve destaque nos inúmeros festivais em que passou, pois a poética, a força e a singeleza das suas imagens e do seu roteiro nos deixa marcados como dois furos profundos no pescoço.

O diretor Tomas Alfredson usa a melancolia invernal da paisagem sueca para falar da solidão, do sofrimento e da amizade de duas crianças. Oskar (Kåre Hedebrant) é um menino de 12 anos tão pálido quanto qualquer vampiro, que, solitário, sonha em um dia se vingar das humilhações que sofre na escola; Eli (LinaLeandersson), uma vampira que também tem 12 anos, só que há muito tempo, vive com a angústia de ser o que ela é, com a insuportável necessidade de sangue e a limitação em relação à luz do sol. A sensibilidade como o diretor trata essa inusitada amizade é um dos pontos altos da projeção. Tal cuidado ele também dedica aos momentos de terror que o gênero exige.

Deixa Ela Entrar é uma metáfora dos conflitos da adolescência, o medo, a descoberta do sexo, o desejo de poder, a violência, o amor. Toda essa miríade de sentimentos ao qual passa um jovem ao dar seus primeiros passos de encontro ao mundo que parece sempre ameaçador, de conhecer tal mundo e de enfrentá-lo. É verdadeiramente um filme belo, até mesmo nas cenas de terror e violência ele não perde sua beleza, muito pelo contrário, cria dessa forma uma estética própria que evita a vulgaridade e os clichês comuns aos filmes de terror atuais.

Título original: Lat Den Rätte Komma In

Duração: 01 hs 55 min

Ano de lançamento: 2008

Direção: Tomas Alfredson