No que depender de alguns, sim.
O professor da UniFacex, Lucas Fortunato, Cientista Social e mestre em Filosofia, organizou um evento para discutir a obra de Karl Marx. Ora, a rara iniciativa ensejada por um docente de uma universidade privada, que deve estar se esforçando para compatibilizar aulas, construção de projeto de continuidade acadêmica e outros afazeres, deveria servir de exemplo para outros profissionais da área.
Discordando ou concordando com o barbudo, é fundamental conhecê-lo. O impacto das teorias de Marx no mundo foi e continua a ser tremendo. Suas idéias influenciaram desde a formação do socialismo até a legitimação dos direitos sociais, algo hoje comum nas constituições dos países democráticos.
Mas, infelizmente, tem gente que não pensa assim e que joga na lata do lixo o desejo de quem quer fortalecer espaços de reflexão na cidade.
Conforme o texto de Wagner Pinheiro, também publicado na Carta Potiguar, Lucas vem sofrendo ataques e ameaças de assédio moral por ter idealizado o seminário: https://https://https://https://https://https://https://https://cartapotiguar.com.br//wp-content/uploads/2024/05/temp-podcast-05-2.png.com.br/novo/wp-content/uploads/2024/07/morro-do-careca-2.jpg.com.br/novo/wp-content/uploads/2024/05/temp-podcast-05-2.png.com.br/novo/wp-content/uploads/2024/07/morro-do-careca-2.jpg.com.br/novo/wp-content/uploads/2024/07/morro-do-careca-2.jpg.com.br/novo/wp-content/uploads/2024/07/morro-do-careca-1.jpg.com.br/novo/wp-content/uploads/2024/07/morro-do-careca.jpg.com.br/novo/2013/04/30/seminario-sobre-karl-marx/.
Os recados endereçados ao facebook do educador alegam que ele não teria “preparação política” para tanto e que poderia cometer “atrocidades intelectuais” contra a teoria de Marx.
Em resumo, o marxismo seria apenas para iniciados e sumidades que possuem “preparo político”, ou seja, a inclinação que os ditos cujos consideram a mais adequada. Puro fundamentalismo no qual as obras do clássico em pauta são tratadas como verdadeiros evangelhos.
Outro – vou ser indulgente – “comentarista” sentenciou: “irei até lá, sentarei na primeira fila e ao primeiro sinal de distorsão liberalista e cabritaji peleguista, veremos se este bombado leu mesmo o Capital!”
Autoritarismo fervilhando…
E ainda indaga meio que recomendando e se ressentindo: “é f… porque não chamou algum professor da UFRN”?! Queria que o pastor de sua igreja fosse escalado para rezar a missa e catequizar os presentes? Qualquer semelhança com Feliciano não é mera coincidência.
É por essas e outras que Marx disse: “não sou marxista”. Sua máxima segue atual.
ATITUDE CRÍTICA
Que Lucas Fortunato faça o trabalho que está acostumado: trate Karl Marx a golpes de martelo, que destrua os ídolos alheios, pois, como diria Max Weber, “fazer ciência é ter a consciência de que sua obra será um dia superada”, nunca reverenciada.
A relação crítica (não ofensiva com o uso de baixarias, como foi relatado acima) com um autor é uma forma, do ponto de vista científico, de lhe mostrar respeito. Foi o que mais ou menos respondeu, certa vez, o sociólogo Bernard Lahire, que se dedica a analisar a sociologia de seu falecido professor – Pierre Bourdieu. Penso que é um pouco por aí…