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O custo da exclusão do PSD

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Por Alan Lacerda, Professor de Políticas Públicas da UFRN

Em seu blog: lordedaniel.blogspot.com

 

images (1)A crônica política estadual foi dominada nos últimos dias pelas repercussões da reunião de cúpula da base governista potiguar em Brasília. Nela, a governadora Rosalba Ciarlini e os principais dirigentes do PR, PMN, PMDB e DEM fecharam um acordo político que afastou do noticiário as ameaças de rompimento peemedebista. Em nota lançada após a reunião, os líderes falaram em “adequações administrativas” como caminho para superação dos problemas políticos do governo Rosalba e expressaram o otimismo protocolar a ser esperado em documentos desse tipo.
Os colunistas políticos locais se concentraram nos eufemismos presentes na expressão “adequações administrativas”, mas seria interessante entender como a atual gestão chegou a esse ponto. Por que o PMDB ficou tão forte a ponto de condicionar a própria sobrevivência política do projeto de poder do núcleo rosalbista?
Minha resposta está no rompimento do PSD, ocasionado em grande medida por ações do próprio governo, em outubro de 2011. A saída do vice-governador Robinson Faria, após diversos conflitos com o atual chefe da Casa Civil e marido da governadora, Carlos Augusto Rosado, não privou meramente a base governista de dois deputados estaduais. Ela retirou de Rosalba a possibilidade de conter os apetites do PMDB usando os mesmos apetites do líder pessedista que incomodaram Rosado. Pressões do PMDB poderiam ser contra-arrestadas com o recurso à força política de Faria, por exemplo, e vice-versa. Divide et impera, ou dividir para governar. As ameaças de rompimento do PMDB não seriam tão importantes, afinal, se o PSD ainda estivesse na base.
Em suma, a governadora perdeu poder de barganha com a passagem do PSD para a oposição, tornando-se mais dependente do ponto de vista político do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, e do ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, os dois principais líderes peemedebistas do estado.