Você se aperta durante o ano e diz: vou usar o décimo terceiro para pagar as contas atrasadas. O pano de fundo do seu pensamento está alicerçado num quadro com uma base de direito clara que deveria valer para todos – doze salários por ano + o décimo terceiro de premiação.
Mas não vale. Os 24 deputados estaduais da Assembleia Legislativa do RN têm direito a 15 salários.
Com qual justificativa? Nenhuma… O absurdo só tinha razão de ser na época em que a ocupação de um cargo público era comparada com a aquisição de um título de nobreza.
Os tempos são outros, ou não são?
Num país, num Estado que se diz democrático e de cidadania supostamente universalizada, tal discrepância não pode ocorrer.
Não deve acontecer, não apenas pelo valor, mas pelo simbolismo da institucionalização de uma desigualdade.
Um deputado estadual ganha mais de 20 mil reais. Que tenha direito a 13 salários (12 salários + o décimo terceiro) como qualquer mortal.
Num RN de tanta seca e pobreza como o nosso, já não é mais do que suficiente?
O RN paga dois salários a mais de 21 mil reais para 24 deputados todos os anos
Outras assembleias estaduais do Brasil já acabaram com a regalia. É chegada à hora de extinguirmos a farra com dinheiro público por aqui também.
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, que tentou de todas as formas não cumprir a Lei de Acesso à Informação (indignação), que abriga pessoas efetivadas sem passar por concurso público (alguns não dão expediente também) – o chamado Trem da Alegria –, deve se modernizar. Se não for pelas suas próprias ações, que seja pela pressão popular.
#Fimdos15SalariosdaALRN
