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Clichês natalinos

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1-      Então é Natal – Simone (de novo, de novo e de novo. Até quando ainda vamos ouvir essa canção?)

Então é Natal, e o que você fez?
O ano termina, e nasce outra vez
Então é Natal, a festa Cristã…

Merecidamente o primeiro lugar, não poderia ser diferente. A música foi lançada em 1995, portanto já está sendo exibida na Globo e em todas as rádios do Brasil há 16 anos ininterruptos, porém inacreditavelmente ainda temos vizinhos, amigos e parentes que pedem por mais um “especial(?)” de Natal com Simone no Faustão para levantarem suas mãos e ficarem balançando de um lado para o outro, feito João-bobo. O certo é que nem mais as meninas cantoras de Petrópolis, coral que gravou a música com Simone, aguentam mais cantar a música, aliás, elas já nem são mais garotinhas de tão velha que é a música.

2-      Ateus, Cristãos e o Natal

Antes mesmo do mês do Natal chegar aquele nosso amigo ateu já começa a pronunciar seu discurso contra a originalidade do Natal cristão, pois se vale do fato histórico de que originalmente a festa natalina foi destinada a celebrar o nascimento anual do deus Sol no solstício de inverno e que apenas alguns séculos depois a data comemorativa foi adaptada posteriormente ao calendário cristão pela Igreja Católica. Do lado oposto, temos centenas de cristãos, insatisfeitos com a diminuição de presépios e com o aumento de arvores natalinas, realizando diversos atos públicos — peças teatrais, louvores, — para anunciar que “Jesus é o seu melhor presente” ou que “o verdadeiro sentido do natal é Jesus”. Mais clichê que isso, só Simone mesmo.

3-      O “consumismo” e “alienação”

Todos os anos logo após os noticiários locais/nacionais sobre o crescimento do comércio impulsionado pelas vendas dos presentes e artigos natalinos, dezenas e dezenas de alunos, geralmente dos períodos iniciais, dos cursos de ciências humanas — Psicologia, Ciências Sociais, Filosofia, entre outros — invadem os espaços públicos para manifestarem uma “magnífica” verdade: estamos todos “perdidos pelo consumismo” e nem nos damos conta que estamos sendo “alienados” pelo “perverso” capitalismo. (Aposto que Karl Marx ficaria orgulhoso de tamanha capacidade crítica).

4-      Comercial da Coca-Cola

Ao ligar a televisão, no mês de dezembro, nos horários nobres da tv assistimos aos tradicionais e repetitivos comerciais da “magia” do Natal Coca-Cola. Mais repetidos do que mantra em cabeça de budista os comerciais podem ser facilmente memorizados assim: na primeira cena, entram os caminhões vermelhos da companhia de refrigerante enfileirados e organizados percorrendo a cidade. Em seguida, temos um papai Noel figurativo sem a menor expressão. No final, a propaganda encerra todo o clichê com a família Coca-Cola compartilhando a ceia sob um lindo momento de felicidade ou com o urso polar tomando um gole de Coca-Cola. Afinal de contas, por que investir em publicidade e propaganda se todo ano é a mesma coisa?

Feliz Natal.