Além de ter a missão de oferecer a exibição da linguagem cinematográfica e contribuir para a formação de platéia consumidora da sétima arte, o Festival Goiamum Audiovisual, que este ano assinala sua sexta edição, também tem sido um espaço para garantir o intercâmbio entre as diferente realidades do cinema brasileiro. De olho nesse cenário, os organizadores do evento promoveram, ontem (09), um encontro entre os realizadores potiguares e paraibanos.
Prata da casa, o cineasta potiguar – Buca Dantas – acredita que um dos principais pontos do encontro foi o de fortalecer o intercâmbio com os realizadores paraibanos, que foi idealizado no festival SagiCine – Guerrilha de Fronteira, realizado este ano. “O principal ingrediente dessa interlocução é uma espécie de escambo de conhecimentos, experiências e propostas conjuntas PB/RN”, explica. Questionado se o cinema produzido no estado vizinho está em outro patamar, Buca relata que os motivos, para tanto, são históricos, além de políticos e de organização profissional.
“Os realizadores paraibanos se organizaram há mais tempo que nós e o que nos faltava era bebermos dessa fonte e nos arrumarmos num objetivo comum”, complementa. Segundo Buca, a partir dessa reunião entre os coletivos potiguar e paraibano, haverá um fomento dos três pilares que movem o cinema: formação, produção e exibição. “Já existem ações concretas nesse sentido e a partir de agora vamos executar. A primeira ação foi a realização do Sagi Cine, em seguida o incremento desse 6º Goiamum. Na produção temos, de imediato, um filme do Fábio DeSilva e um meu, o “Royal Cinema”, que vai ser produzido e realizado em conjunto RN e PB”, reforça o cineasta potiguar, Buca Dantas.
Segundo Torquato Joel, cineasta paraibano, a Paraíba vive um momento produtivo de cinema – principalmente, no território dos curta-metragens. “Posso dizer que contamos com uma produção significativa. Estive há pouco tempo no Festival de Curtas de São Paulo, e um produtor da Paraíba levou o prêmio mais importante do evento”, diz. O cineasta ressalta que o Estado possui uma tradição no segmento desde os anos 60, e cita o filme “Aruanda”, uma das influências reconhecidas do Cinema Novo.
“Queremos muito continuar a dialogar com os vizinhos potiguares. O festival foi um momento para discutir, apreciar e propor parcerias que possam resultar em projetos importantes para ambos”, conclui. Responsável pela organização executiva do Goiamum Audiovisual, Keila Sena vê o intercâmbio com bons olhos. “Foram 21 articuladores presentes. Um momento de compartilhamento sem igual, que marca o Festival como uma plataforma de movimentação e interação entre os que atuam nessa linguagem. Foi uma grande troca de experiências, compartilhamento de ideias e pontuações que marcam a cena nos dois estados”, complementou Keila Sena.
Melhor do Desentoca 2007-2012
Realizada dentro da programação do Festival e articulando três campos importantes para o movimento audiovisual: a catalogação da produção local, a formação de platéias e a exibição pública e gratuita, a Mostra Desentoca exibe hoje à noite oito filmes, escolhidos entre mais de 150, pelos curadores Mariland Brito, Buca Dantas e Paula Laguardia. De acordo com o coordenador do Desentoca, Henrique José, será produzido em breve um DVD com o melhor da mostra que é não-competitiva.
O POETA E A BICICLETA 12:34
Direção: Edileusa Martins de Oliveira
Mossoró – RN | Documentário | 2010
O QUARTO MUNDO 19:59
Direção: Matheus Duvignaud
Natal – RN | Ficção | 2010
MOENDA 01:00
Direção – Júlio Castro.
Natal – RN | Ficção | 2009.
O PROCURADO NÚMERO 1 DO BRASIL 02:22
Direção: Vlamir Cruz
Natal – RN | Documentário | 2008
2 POR 4 12:00
Direção: Julio Castro e Alexandre Gurgel
Natal – RN | Ficção | 2008
PALARVEANDO 03:44
Direção: Mário Ivo
Natal – RN | Videoclipe | 2006
OPERAÇÃO PLÁSTICA COM FLÁVIO FREITAS 10:52
Direção: Carito Cavalcanti & Joca Soares
Natal – RN | Documentário | 2011
ROAD MOVIE NUM QUARTO FECHADO 07:55
Direção: Carito Cavalcanti
Natal – RN | Ficção/Experimental | 2012