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Um golpe na democracia do RN?

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Os vereadores vencedores pelo voto Raniere Barbosa e George Câmara não apareceram na lista dos eleitos do Tribunal Superior Eleitoral.

Em seus lugares figuram os derrotados Edivan Martins (PV) e Claudio Porpino (PSB). A alegação, de acordo com a justiça, é a de que o PTdoB atuou de modo irregular na coligação de Raniere e George.

Ora, o PTdoB não contribuiu com uma vírgula para os votos dos parlamentares reeleitos. A coligação ainda apresentou uma sobra de mais de 2 mil votos, para além do necessário de suas duas cadeiras asseguradas democraticamente no parlamento municipal.

George Câmara, em discurso na Câmara Municipal do Natal, disse que viu motivações políticas para a súbita mudança.

Raniere Barbosa argumenta que o recurso impetrado pela coligação não foi levado em consideração e a jurisprudência nacional lhe é favorável.

Se o grupo de partidos que elegeu Raniere e George não dependeu da estrutura, do voto do PTdoB, por qual razão anular todos os votos obtidos legitimamente nas urnas pelas agremiações?

Por que punir os dois vereadores, se a lambança foi produzida pelo próprio PTdoB, que “surfou”, irregularmente, em mais de uma coligação?

George Câmara e Raniere Barbosa já tomaram todas as medidas cabíveis para revalidar votos da União Por Natal II. Eles aguardam posicionamento do Tribunal Superior Eleitoral.

O vereador reeleito pelo PCdoB falou ainda em “forças ocultas que se mexem contra o seu mandato e o do seu colega, o presidente do PRB Raniere Barbosa”.

FORÇAS OCULTAS

Se a cassação dos votos favorece Edivan Martins (PV) e Claudio Porpino (PSB), por que o PMDB deu entrada com a ação?!

O fato concreto é que Edivan Martins era um dos cotados, com o aval de Henrique Alves, para sobrepujar Micarla de Sousa e assumir o espólio deixado pelo Partido Verde, que, bem ou mal, consolidou uma estrutura partidária no RN. Sem mandato, o “Valeu boi” teria de abortar tal projeto.

Além disso, no projeto da oposição existia a possibilidade, concreta, de reeleger Edivan Martins presidente da Câmara Municipal do Natal. Diante de tal cenário, em caso de vitória de Carlos Eduardo, desdobramento eleitoral provável, o novo prefeito não teria condições de aprovar nem nome de rua.

Daí o desespero PMDB-PVista de manter, a todo custo, o nome de Edivan Martins entre os eleitos.

PLANO B

Sem Edivan Martins, o projeto de oposição para a presidência da CMN tangencia o nome de Paulinho Freire (PP). Porém, sem a mesma pujança. Com o PP, o viés de alta se daria em favor do presidente da Assembleia Legislativa do RN, o deputado Ricardo Motta.

THE FLASH

Impressionou também a velocidade com que o Tribunal Regional Eleitoral atuou no caso. Só vi o TRE atuar rápido assim quando foi para tentar tirar o mandato do deputado estadual Dibson Nasser (PSDB), o que beneficiaria o seu primeiro suplente, José Adécio do DEM, amigo pessoal do primeiro-damo, Carlos Augusto Rosado, o governador de fato do RN.

DIGITAIS

Análise de Daniel Dantas – Jornalista

Do Blog do Daniel Dantas

O evento tem as digitais de Henrique Alves e do PMDB.  Faz parte de um grande acordo para colocar Edivan Martins de volta à Câmara e reelegê-lo na presidência da Câmara, fortalecendo a oposição na futura gestão Carlos Eduardo (PDT), favorito a se eleger no domingo.  A ação, provavelmente, tornaria as coisas muito difíceis para o prefeito, uma vez, que além disso, perde com o resultado dois vereadores de sua base de apoio.
Henrique surge com o padrinho dessa ação, assim como é padrinho também do advogado Verlano Medeiros, eleito ontem na lista sêxtupla da OAB e que compõe a corte do TRE.
A decisão caberá ao TSE mas se configura na forma de golpe nos mesmos moldes daquele que consistiu na desaprovação das contas do ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT), numa tentativa de alijá-lo da disputa eleitoral deste ano.