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Anderson Silva e Vitor Belfort: O que a ciência pode aprender com as artes marciais?

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Não pude ver a luta entre Anderson Silva (O Spider) e Vitor Belfort. Queria muito, mas o sono não deixou. Adormeci antes das 10 horas. Ao acordar nem tomei café muito menos escovei os dentes, fui direto à internet ver o resultado da luta. Silva nocauteou Belfort já no primeiro round. Belfort literalmente foi à lona com um “chute nos queixos” (apesar de só termos um).

Ao ler os comentários sobre a luta muitos falavam em sorte. O mesmo disseram sobre Anderson Silva em sua luta anterior. Lutando com uma costela trincada e contra um monstro cheio de anabolizantes (o dopping de Chael Sonnen foi comprovado após exames) ele conseguiu vencer a luta também “por um golpe de sorte” (um triângulo faltando menos de 3 minutos para terminar a luta).

Quando a sorte começa a aparecer de forma repetida e frequente há de se suspeitar que ela não seja o único fator a se considerar nas variáveis. Aliás, é de se considerar que ela não seja um fator na variável.

Não sou lutador, mas tenho noções mínimas de artes marciais, não só isso, tenho noções mínimas também de ciência e uma coisa existe em comum nestas duas artes:  Um pequeno erro pode mudar todo o resultado e nestes contextos “a sorte favorece apenas mentes bem preparadas” (Louis Pasteur é o autor da frase) . Não existindo preparo a sorte não adiantará em nada.

Foi isto que ocorreu ontem. Belfort procurava a luta, mas foi para cima do campeão do mundo com a guarda um pouco aberta.  Qualquer “metodologia” em artes marciais lhe ensinará a manter a guarda atenta, principalmente ao lutar contra o melhor do mundo. Acontece que “pouco” é muito em determinados níveis. Em algumas situações erros simplesmente não serão tolerados (os médicos e profissionais da saúde sabem bem disso). Devemos entender que, em níveis muito altos de conhecimento, o menor descuido é o suficiente para alterar completamente os resultados.

A ciência é uma arte de combate e muito podemos aprender sobre o rigor do método científico ao assistir “troca-tapas”. Nos dois casos, o menor erro no método (ir com a guarda “entreaberta” é uma falha no método) definirá o resultado.

Sun Tzu, no seu livro, “A arte da guerra” nada mais faz do que ensinar uma metodologia para a guerra.  É o primeiro tratado (conhecido) que fala dos métodos em situações de combate.

Cientistas deveriam fazer ciência tal como lutadores. Dedicando-se de corpo e alma ao seu treinamento e fazendo de sua arte um ideal de vida. Ciência é combate, o que difere dos “troca-tapas”? Os cientistas são “seres” treinados para destruir ideias, não pessoas. Aliás, existe um antigo ditado científico que diz: “Quem precisa de piedade são pessoas, não ideias”.

Fica a dica. Enfim, é isso.