Gil Nogueira, vulgo Gil do Vigor, um participante do “Big dos Bigs”, como o diretor Boninho gosta de se referir ao Big Brother Brasil-21, cunhou o bordão “o Brasil tá lascado“.
Gil é um tipo de pessoa que costumamos chamar de “figura” – na falta de uma palavra melhor –, para nos referir à sua irreverência. Ele consegue arrancar risos na tragédia. Talvez por isso, esse bordão tenha sido um sucesso. Pois o Brasil de hoje se tornou um drama dantesco, ainda que a Comédia seja divinal!
Parte de nosso sentimento nacional pode ser traduzido no belíssimo poema “E agora, José”, do estimado Drummond. Nos bares, nas casas, nas esquinas, todos perguntam uns aos outros: “O que está acontecendo com o Brasil?”
O Amapá está em trevas, os zombadores sumiram, os manifestantes… onde eles estão? Já não há carinho – exagero meu -, ninguém contesta como antes, a bebida alcóolica está cara, a cesta básica também. Daqui a pouco se retornará ao padrão do fogão a lenha. O preço da condução está pela hora da morte. Aliás, alguns têm se encontrado com esta cedo demais.
Tudo acabou. A doçura e riso, que outrora nos estereotipavam internacionalmente, já não estão conosco. Até queremos sair dessa espiral demoníaca, mas, por qual porta, se só há fronteiras?
O mito deixou de ser narrativa e se tornou perversa mentira. Não há Messias a galope, há apenas o golpe! E, pra acabar de lascar, veio essa pandemia, que insiste em nos fazer companhia, como se fosse conviva de honra do Presidente.
Agora, me diga você, um país desse tem futuro? Respondo eu: não, não tem. O Brasil tá lascado, e agora, seu Zé?