O Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista (MAIS), corrente interna do PSOL, lançou através de manifesto a pré-candidatura ao Governo do Estado do seu dirigente Juary Chagas. Chagas é assistente social, bacharel em Direito. Leia abaixo o texto completo:
MANIFESTO POR UMA ALTERNATIVA CLASSISTA E DE LUTA NAS ELEIÇÕES 2018
A realidade de ataques dos governos e da classe dominante aos trabalhadores exige uma alternativa de luta e mobilização social. Reconhecemos as dificuldades que a classe trabalhadora enfrenta para mobilizar-se e responder com luta a todos esses retrocessos, mas não há espaço para ideias mirabolantes, planos de gestão ou saída negociada num momento em que os de cima querem esmagar os de baixo, fazendo o povo trabalhador pagar pelos efeitos da crise.
Por esta razão, O MAIS passou a atuar no PSOL para defender alternativas políticas que assumam um perfil marcadamente de defesa dos direitos dos trabalhadores e vinculado às mobilizações sociais. Acreditamos que as figuras públicas, porta vozes e candidatos do PSOL devem se aproximar cada vez mais desse perfil.
Em uma conjuntura de grandes ataques dos ricos e poderosos e, por outro lado, de resistência da nossa classe, as nossas candidaturas precisam ser expressões diretas desse processo de enfrentamento, sejam elas de trabalhadores rurais, sindicalistas, feministas, ativistas da luta antirracista, militantes da causa LGBT, estudantes, intelectuais, ou seja, lutadores sociais com ligação com a causa dos trabalhadores. É com esse perfil que nas eleições de 2018 se pode apresentar uma alternativa de luta que construa coletivamente um programa na perspectiva de enfrentar os privilégios e socializar a riqueza para a maioria, tendo sempre como norte uma sociedade socialista.
E esse perfil de esquerda, comprometido com a luta do povo trabalhador e dos setores oprimidos fez do PSOL um pólo de atração para lutadores e lutadoras que sonham com uma sociedade justa e que acreditam que ocupar as ruas é o melhor caminho para atingir esse objetivo. Nacionalmente tem sido um dos partidos que mais cresceu nos ultimo período, especialmente entre os jovens.
Aqui no RN nos orgulhamos em receber novos filiados, como um grupo de professores da UERN (como a professora Telma Gurgel) que no calor das lutas em defesa da universidade enxergaram no PSOL um aliado importante e um vetor de transformação social. Mas, não podemos aceitar que o PSOL abrigue velhos quadros da direita com anos de serviços prestados as oligarquias potiguares, que vem ao partido com objetivos estritamente eleitoreiros, como é o caso do ex-vereador Luis Carlos (ex-PMDB) e Fábio Holanda (ex-DEM), esse ultimo já teve sua filiação vetada pela direção nacional.
Nesse sentido, em nossa opinião, a pré-candidatura do empresário Carlos Alberto (que já foi dirigente da Câmara de Dirigentes Lojistas-CDL) recentemente apresentada por setores do PSOL não cumpre critérios que consideramos essenciais; ao contrário, se chocam com eles. Não vão ser as aspirações empreendedoristas que vão livrar o povo trabalhador dos ataques que estão sistematicamente sofrendo. É preciso uma candidatura que articule a defesa das necessidades mais sentidas, que parta de medidas concretas, mas aponte como saída a mobilização popular, sem a qual qualquer conquista por menor que seja se torna impossível.
Por esta razão, o MAIS e outras correntes e ativistas do PSOL apresentam nesse momento o nome de Juary Chagas como pré-candidato ao Governo, como forma de nos contrapor ao perfil de conciliação de classes que está sendo indicado pela candidatura de Carlos Alberto e que rejeitamos a partir das experiências desastrosas encabeçadas pelo PT, que propôs o impossível: aliar os interesses dos trabalhadores com os da classe dominante.
Juary Chagas possui um histórico militante inquestionável no Rio Grande do Norte e no Brasil. Nos anos 2000 participou ativamente do movimento estudantil, foi dirigente do Sindicato dos Bancários por 9 anos, integrando e liderando incontáveis greves e mobilizações. Já foi candidato a Deputado Federal por duas vezes e em 2016 foi perseguido e demitido politicamente da Caixa Econômica Federal pela sua incansável luta em defesa da categoria bancária e contra o sucateamento e privatização da empresa, sendo reintegrado depois de uma campanha nacional que envolveu sindicatos, centrais, movimentos sociais e mandatos parlamentares de esquerda no Brasil inteiro. Juary Chagas é ainda assistente social, bacharel em Direito, Mestre e Doutorando em Serviço Social, com dois livros publicados e intensa produção intelectual. Com 36 anos, é desta cado ativista que sempre viveu do seu próprio trabalho e que mesmo assim dedicou décadas de sua vida à luta de nossa classe.
É com perfis como este que defendemos que o PSOL se apresente nas eleições de 2018, colocando desde já essa pré-candidatura como contribuição para o debate da construção de uma frente de esquerda com os demais partidos como o PCB, PSTU e movimentos sociais. Conclamamos a todos os ativistas e militantes do PSOL para construir essa alternativa de luta!
Natal, 17 de abril de 2018.
Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista (MAIS)
Construindo o PSOL