Na tarde desta terça-feira (02), durante sessão ordinária que votaria o decreto que anula o aumento das passagens, cerca de dez estudantes que acompanhavam a votação foram agredidos por membros do Sindicato dos Trabalhadores e Transportadores Rodoviários do Rio Grande do Norte (SINTRO-RN). Os estudantes fazem parte da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES) e alguns são menores de idade.
Os ânimos dos sindicalistas se exaltavam sempre durante as falas do vereador Sandro Pimentel (PSOL) e da vereadora Natália Bonavides (PT), que junto com Fernando Lucena (PT) protocolaram na Câmara e na justiça iniciativas para barrar o aumento da tarifa para R$ 3,35. Que para o SINTRO, esse aumento garante pagamento do plano de saúde dos motoristas e cobradores.
De acordo com Natália Felipe, vice-presidenta da UMES, os estudantes estavam com cartazes contra o aumento da passagem que seriam colados nas galerias, mas foram impedidos pelos sindicalistas. Ainda durante o pequeno expediente, ela conta que os membros do SINTRO-RN gritavam palavras de baixo calão e homofóbicas contra Bonavides, com isso, a sessão foi suspensa pela primeira vez.
Em seguida, na continuação da sessão durante o discurso de Pimentel, os sindicalistas voltaram com o os xingamentos e agora se dirigiram contra uma das estudantes identificada como Kélia, que se colocou contra a postura dos membros do sindicato. Na tentativa de defender a aluna, um dos membros da UMES, identificado como Douglas, se levantou e cerca de trinta homens iniciaram as agressões contra os dez alunos.
Mais uma vez a sessão foi suspensa e o grupo separado. Porém os estudantes preferiram sair do local após ameaça de novas agressões, já que os agressores continuaram nas galerias. O presidente da UMES, Pedro Gorki, se dirigiu a delegacia para fazer um Boletim de Ocorrência e em seguida um exame de corpo de delito.
Em contato com a assessoria do SINTRO RN, eles negaram as acusações e afirmaram que os estudantes já chegaram com o sentimento de derrota na Câmara e partiram para agressão física. Sobre os gritos homofóbicos e xingamentos, o SINTRO também nega que tenha ocorrido. Porém nas gravações da TV Câmara, é possível ouvir a exaltação dos sindicalistas durante as falas do vereadores de oposição. A assessoria ainda ressalta que os sindicalistas foram ao plenário garantir a conquista do Plano de Saúde e que não defendem o aumento das passagens.