Já votei a favor do saque de mais de 200 milhões dos fundos previdenciários do município mesmo havendo um rombo de 80 milhões reconhecido pelo próprio prefeito.
Me chamam de “casa do povo”, mas quis votar o projeto do saque da previdência antes de qualquer audiência pública sobre o tema, tentando impedir a participação popular nas discussões.
Meu papel é fiscalizar o Executivo, mas admito que não me importo muito com isso não. Aprovo quase tudo que o prefeito manda sem nem saber bem do que se trata.
De minha tribuna já saíram muitas atrocidades. Já tive que ouvir homem mandando mulher se calar, que sou “lugar de homem” e até notícia falsa.
Meus vereadores estão sempre dispostos a debater e a travar o bom combate.
Desde 2014 deixei de apreciar os vetos do prefeito. Quando isso foi revelado, atravancando os planos do Executivo em mexer nos fundos previdenciários, muita gente ficou com raiva.
Sempre tento ajudar o prefeito,mas ele não colabora. Vez por outra ele mesmo veta seus próprios projetos.
Há dez anos passei por um constrangimento grande: vereadores foram acusados de corrupção durante a votação do plano diretor. Ainda não superei este impacto.
Há quase seis anos estudantes ocuparam minhas dependências em protesto contra a então prefeita e promoveram um dos mais belos episódios de luta e de resistência da história da cidade.
Mas hoje parece que sou apenas uma instituição desmoralizada. Nem da viagem para a Disney fui avisada… Esquecida. Impactada.