Reeleita para o seu terceiro mandato na CMN, Júlia Arruda (PDT) foi a primeira vereadora a renovar sua cadeira no legislativo potiguar. Em 2016, alcançou a marca de 5.765 votos, quase o mesmo número de eleitores de quando foi eleita pela primeira vez em 2008, com 5.541 votos. Preside atualmente a Frente Parlamentar em Defesa da Criança e do Adolescente, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal e não lhe faltam títulos que reconheçam e premiem suas atividades parlamentares. Em entrevista à Carta Potiguar, a vereadora recém diplomada para o exercício 2017/2020 fala sobre seu trabalho na Câmara e o futuro do seu mandato.
Sair vitoriosa nas eleições deste ano foi um desafio maior que em outros anos, a concorrida coligação PDT, PMDB, PR, PROS, DEM deixava o cenário bastante indefinido. “Acredito que essa reeleição é fruto de um trabalho consolidado que desempenhamos na Câmara Municipal, onde estamos à frente de importantes bandeiras de luta, como os direitos das crianças e adolescentes, mulheres e pessoas com deficiência”, comemora.
O ano de 2016 para Júlia Arruda também foi marcado pela mudança de partido. A saída do PSB foi ocasionada pela troca do comando do partido socialista no RN e os rumos que a legenda vinha tomando nacionalmente. Sobre a política nacional, Arruda acredita que a situação é delicada e requer muita atenção da população. “Vivemos um momento instável, de extrema insegurança institucional, em que cenário político passa por uma das maiores crises da jovem democracia do nosso país”.
Alinhada ao prefeito Carlos Eduardo, Júlia partiu para o PDT que para ela possui uma linha ideológica similar ao que o PSB defendia anteriormente. “Contribuí para a eleição e reeleição do prefeito Carlos Eduardo e o caminho natural é mantermos essa parceria. Ajudei a construir sua gestão e continuarei com minha posição firme, elogiando quando merecer e fazendo as críticas que considerar necessárias”.
Mesmo com as diversas críticas à gestão do pedetista como o atraso dos salários dos servidores, Arruda defende. “Carlos Eduardo iniciou seu mandato em uma cidade com os serviços básicos completamente falidos. Com uma equipe técnica e extremamente qualificada, mesmo em meio à crise econômica que abala o país, conseguiu ‘arrumar a casa’, e hoje Natal pode olhar para frente e planejar o futuro”.
Em 2017 irá reencontrar sua ex-companheira de partido na Câmara Municipal de Natal, a vereadora Wilma de Faria (PTdoB). “Nos quase dois mandatos em que estive no PSB, Wilma foi uma importante parceira. Com sua experiência e pioneirismo como a primeira prefeita e governadora, acredito que vem para somar e reforçar a bancada feminina da Câmara Municipal, que na próxima legislatura terá o dobro de representantes. Um momento importante para a participação política das mulheres em nossa cidade”.
Com uma agenda voltada para as questões sociais, destaque para a defesa dos Direitos das Mulheres, Júlia Arruda pretende em seu novo mandato continuar defendendo essas bandeiras. “Entramos em 2017 com o desafio de fazer valer algumas leis e projetos de iniciativa do nosso mandato e consolidar outros que já são realidade. É o caso da Patrulha Maria da Penha, que foi vetado pelo Executivo e agora retorna para que a Câmara Municipal aprecie o veto. Um projeto que já é realidade e tem feito a diferença é o Escola na Frente, que leva os debates da Frente Parlamentar Municipal em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente para as escolas de Natal. No próximo ano, vamos ampliar esse projeto”.
Avessa à polêmicas e especulações, Júlia ainda não definiu seu voto para presidência da CMN. “A eleição só será no dia 1° de janeiro e estou analisando o cenário da Casa. Ainda não tenho definição de voto, mas acredito que temos bons candidatos concorrendo à vaga”.
Com a política partidária sendo criminalizada e desgastada diariamente, há quem ache loucura até mesmo se candidatar ao cargo de síndico. Para Júlia Arruda, é através da política que se muda a vida das pessoas. “Fazer política é gratificante, é uma missão que nos engradece e nos faz crescer diariamente. Saber que você está fazendo a diferença na vida das pessoas é uma das melhores sensações que se pode sentir. E a política funciona como um amplificador dessa sensação”, finaliza.