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Expectativas Olimpícas para o Rio 2016

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Por Tony Vitorino Jr

Após 7 anos de quando foi escolhida para sediar a Olimpíada, a cidade do Rio de Janeiro começa a partir desta sexta-feira, 05 de agosto de 2016, a realizar os jogos olímpicos de verão.

Nesse período, o Brasil passou por grandes mudanças, especialmente porque hoje vivemos em meio a graves crises políticas e econômicas. O mundo também hoje vive intensamente com o perigo do terrorismo, o que ocorria em menor escala à época da escolha vitoriosa da cidade maravilhosa.

Afora as questões políticas, econômicas, sociais e de segurança, vamos tratar aqui de esporte, em especial do esporte brasileiro no maior encontro esportivo da humanidade, envolvendo 206 países e campeonatos mundiais de 42 modalidades esportivas.

Antes, cabe abrir um parênteses, pois o brasileiro tem em seu estado de espírito a melhor Olimpíada em termos de hospitalidade, alegria e calor humano da era moderna, dando um exemplo de confraternização com os estrangeiros como foi na Copa do Mundo de Futebol 2 anos atrás.

Passamos ao esporte. Diante de sediar os jogos, o Brasil finalmente fez um investimento maior no esporte de alto rendimento, com real perspectiva no aumento no número de medalhas e de finais, espalhadas por mais modalidades, algumas que nunca tivemos chances como na canoagem velocidade (Isaquias Queiroz – candidato a 3 ouros), no tiro com arco (Marcos D’Almeida), na luta olímpica (Aline Silva) e no handebol.

Além disso, alguns esportes que iniciaram uma melhora já nas últimas olimpíadas em Londres 2012 se desenvolveram um pouco mais, casos da ginástica artística (Arthur Zanetti), do boxe (Robson Conceição) e do pentatlo moderno (Yane Marques).

Mas o Brasil chegará forte mesmo em esportes onde tem federações que fazem um trabalho sério de longa data: vôlei – quadra e praia (chance de até seis medalhas, incluindo quatro ouros), judô (apesar de toda a sua imprevisibilidade quanto aos favoritos) e vela.

O futebol tem tudo para finalmente ganhar o almejado ouro, pois tem jovens valores com muito potencial (Gabriel Jesus, Gabigol, Luan, Rafinha, Felipe Anderson), Neymar (a maior estrela da modalidade presente no Rio) e os rivais não trouxeram suas principais estrelas. No feminino, a esperança de medalha existe com Marta, Formiga e Cristiane, o time chega com preparação nunca antes feita, mas o ouro é complicado frente a Estados Unidos e Alemanha.

Chegaremos firmes no basquete masculino e no handebol feminino com times entrosados e bem treinados por técnicos estrangeiros consagrados, mas não dá pra garantir nada. As duas equipes caíram em ‘grupos da morte’ onde existe muito equilíbrio para possíveis medalhistas e tanto podem ser 1º do grupo como podem ser eliminados ainda na 1ª fase. Todos os jogos serão decisões nesse torneio. Com um pouco menos de chances, o handebol masculino pode surpreender, o que já não enxergo para as meninas do basquete.

Nos esportes mais tradicionais dos jogos (atletismo, natação e ginástica artística), tendemos a quebrar recorde de finais nas piscinas e na ginástica, mas ainda com poucas chances de medalhas. As maiores esperanças ficam com Thiago Pereira, Bruno Fratus e Etiene Medeiros no estádio aquático e Diego Hipólito, Sergio Sasaki, Rebeca Andrade e Flávia Saraiva entre os ginastas, com o superfavorito ao ouro Arthur Zanetti nas argolas. Ainda nas águas temos Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto entre as favoritas na maratona aquática. No atletismo, esporte que mais distribui medalhas, o Brasil pecou, talvez o único esporte que involuiu no ciclo olímpico. Tirando Fabiana Murer no salto com vara, talvez sejamos mero expectadores de Usain Bolt e companhia no Engenhão.

Com avanços e percalços, mas principalmente contando com a força da torcida empurrando, os brasileiros devem fazer a melhor campanha olímpica de sua história (palpito por cerca de 30 medalhas), ficando com algumas perguntas ao final do dia 21 de agosto: continuaremos evoluindo no esporte? O esporte de base nas escolas e clubes será finalmente incentivado? Infelizmente me parece que não. Mas torço para que o espírito de empolgação da olimpíada mude ou inicie uma verdadeira mudança em nossa cultura esportiva.