Hoje comprovamos que a doença chamada “selfie”, que já matou seres humanos, pode também matar outros animais.
Essa carência de atenção constante, esse exibicionismo, essa vaidade desesperada em tempos de redes sociais e seus acessórios (smartphones e “pau de selfies”), criou uma doença epidêmica que em alguns casos pode até ser mortal. Mas parecia que todos os exageros desse exibicionismo doentio já tinham sido cometidos. Como fui ingênuo em pensar que a humanidade não se superaria. Tive pouca fé no homem e sua capacidade de fazer coisas idiotas, pois não imaginei que, na sua busca de popularidade (ou seja lá o que ele tanto busca), o homem mataria um filhote de golfinho ao tirar este da água para uma sessão de “selfies”.
No mesmo ano em que mais uma vez comprovamos a genialidade de Albert Einstein, comprovamos também o quanto podemos ser tão burros.
Na verdade, esse exibicionismo com animais abatidos não é de hoje. O que muda é que, não sendo caçadores que costumam se exibir com as vítimas do seu “esporte”, mesmo nunca terem pegado numa espingarda para matar um passarinho, esses caçadores de “likes” usam as câmeras dos seus celulares para matar (acidentalmente ou não, ou mesmo se apropriando do cadáver) e exibir nas redes sociais o troféu da sua idiotice. Uma bizarra idiotice na “era da reprodutibilidade técnica”.