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Septo

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Pessoas, vocês estão sabendo da nova webserie “Septo”? Não? Pois bem, a série é uma produção totalmente potiguar, em cinco capítulos, envolvendo 25 profissionais que narra a história de uma triatleta Jéssica Borges… mas, ao invés de falar sobre “Septo”, que tal batermos um papo com a Alice Carvalho, uma das roteiristas e atriz que faz protagonista?

Carta Potiguar: Bom dia, Alice? Antes de falarmos sobre a história de “Septo”, conte-nos como surgiu a ideia de fazer essa webserie?

Alice Carvalho: Bom dia, gente! (Se não tiver de manhã, guardem o link pra lerem quando acordar, que ai tudo vai fazer mais sentido e eu vou soar menos abestalhadinha). Olha, “Septo” é mais um impulso desses que nascem ao acaso. Um grito, um vômito, sei lá como os artistas-cabeça chamam isso pra se parecerem mais artista-cabeça. Eu queria muito atuar e voltar a escrever pra mim mesma. Pensei inicialmente num curta, mas o pessoal da “Marmota Filmes” tava querendo algo novo pra web e aí desenvolvemos todo conceito do SEPTO. Tudo surgiu de forma natural e agora tá aí esse filho bonito!

CP: E como foi para reunir todo mundo para sentar, planejar, organizar, escrever e, finalmente, filmar?

AC: Foi tudo muito gostoso, mesmo dando trabalho porque cinema é algo que precisa ser feito com calma pra não ficar acanalhado. A gente quer visibilidade pro estado que é carente nesse quesito, então tem que ir devagarinho e com amor.  A primeira conversa que tive com a Pipa Dantas, diretora geral do projeto, foi na segunda semana de outubro. Estabelecemos deadlines e fomos muito pontuais para cumprir tudo. Chamei dois loucos pra trabalharem no desenvolvimento do meu argumento em roteiro comigo, os fantásticos Aureliano Medeiros & Frank Aleixo, e aí foi só ladeira a baixo. Lindo de ver. E um chama outro, que chama outro, que chama outro… Hoje somos 25. A última a embarcar foi Anna Zêpa, que faz meu par romântico nesse trailer que vocês viram aí. 

CP: Como surgiu essa ideia (inclusive, genial) de cada episódio ser dirigido por uma pessoa diferente? Apesar de terem intimidade entre eles, há a diferença de pensamentos/atitudes. Como foi juntar tudo isso?

AC: Acho que um trabalho tão bonito e que vai alcançar tanta gente, merecia ter em cada episódio um pouco da poesia desses diferentes olhares. Todos esses excelentes diretores convidados vem se destacando no cenário audiovisual da cidade, são as pessoas que movimentam criativamente isso aqui. Escolher vários também é uma forma de fomento, mas sobretudo o fizemos pensando no que essa gama tão heterogênea de expectadores que iremos alcançar vai sentir.

CP: E para escrever o roteiro? Como foi?

AC: A parte do roteiro foi uma das melhores experiências que eu já tive na minha vida. Fazia tempos que eu queria trabalhar com Aureliano em qualquer coisa. Frank eu conheci quando tava 328% embriagada num bar e ficamos amigos instantaneamente. Eu precisava dessas pessoas criando comigo de alguma forma e não tive nem um pouco de senso do ridículo quando os convidei, chamei única e exclusivamente pela possibilidade de fuleragem que seria esse encontro. Eles acharam que era comédia por eu trabalhar com isso, mas joguei no colo deles um plot barra pesada e mandei eles segurarem a tanga. Foi uma empatia tão grande nas semanas de trabalho, uma sintonia tão absurda, que a última coisa que eu lembro desse processo que tenha sido de um único autor, foi a pergunta do Aurê que iniciou o primeiro parágrafo: “O que, disso aqui, vai ser autobiográfico?

CP: O projeto está sendo difundindo pelo Catarse. Poderia nos dar uma pequena explicação de como o dinheiro será utilizado nos custos.

AC: São 15mil reais voltados unicamente para o processo de produção da Webserie. Ninguém vai lucrar, vamos pagar os profissionais envolvidos (são muitos), num valor extremamente abaixo do que se é digno, só pra isso acontecer. Todos os 25 acreditam muito no projeto, somos todos parceiros, temos consciência da porcalheira que são os recursos de incentivo a produção aqui e esse trabalho também é um grito de resistência. Queremos mostrar o que se faz em Natal e a qualidade absurda de todos os envolvidos, esperamos que assim se abra uma janela melhor nem que seja pra quem vem atrás.

CP: No teaser oficial, qual é a banda/música que toca? Além dessa banda, quais as outras que estão na trilha sonora?

AC: Essa eu amo responder! É o “Canto dos Malditos na Terra do Nunca”, a música é “Descansar”. Eu amo esse timbre exótico da Andreia Martins! Em julho de 2015 uma amiga querida me apresentou o CD deles num rolê despretensioso e em dezembro eu os conheci pessoalmente lá no Ateliê. Estão voltando agora depois de 7 anos parados, baianos arretados, vale a pena escutar! E o resto da trilha eu sou bem suspeita, né? Plutão Já Foi Planeta, que é a cara de Natal e também do Brasileirissimos. Sou louca por eles!

CP: E as filmagens ocorreram/ocorrerão em quais lugares da cidade? Por que foi escolhido esses lugares?

AC: Gravamos as cenas de nado e a paquera da Jéssica com a Lua (Anna Zêpa) no Aloha Beach Club, que são apoiadores do projeto, e é o point onde os triathletas geralmente se encontram pros treinos cotidianos. As cenas na bike foram gravadas na rota do sol e a corrida foi na via costeira. As locações não foram escolhidas por serem cartões-postais, mas por serem os locais de treino dos atletas da vida real, presamos pela identificação.

CP: Agora sobre a Jéssica Borges? Quem ela é? Como se dá a história?

AC: Uma libriana maravilhosa e cheia de sonhos contidos porque tem medo de escolher o lado errado, de não dobrar na esquina certa, de não agradar quem deve. JB carrega o legado da mãe que era uma grande atleta mas que teve um desfecho trágico e por isso não prosseguiu no esporte. SEM SPOILER, FALO MAIS NADA! DOEM PRA SABER DO RESTO!

CP: E para fazer o papel dela, como foi? Afinal, ela é triatleta e ter o preparo físico para cenas de atividade física não deve ter sido nada fácil.

AC: Acho que foi a parte mais dolorosa. Emagreci 5kg, mudei bastante minha rotina, a alimentação, comecei a fazer jiu-jitsu (o que me deu a disciplina que eu precisava pra acrescentar a personalidade da JB, ainda em construção). Foi muito intenso, vivi como atleta durante um mês e inclusive nessa semana pós-campanha estou voltando pro preparo pesado, puxado, pras revisitações poéticas que também preciso fazer em coisas que vivi pra compor o psicológico da Jéssica.

CP: Então, Alice, quer deixar um recado para nossos/nossas leitores/leitoras?

AC: Gente, tô vendendo um Corsa 4 portas e… Brinks! Olha, ajudem a gente, tá? Não é porque é meu filho não, é porque é bom mesmo, já diria seu Francisco pai do Zezé de Camargoeluciano. Cliquem, façam o cinema potiguar acontecer de forma acessível, precisamos falar sobre representatividade, sobre alcoolismo, sobre não abdicar dos próprios sonhos! Ah, curtam nossas páginas:

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E DOEM PRA CAMPANHA: www.catarse.me/septoWBS!

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