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Largue a bola do Brasil

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bola_de_futebol32885daa_630x354Antes de ler “Largue a bola do Brasil”, sugiro a leitura da crônica “O novo dono da bola do Brasil” clicando aqui.

Continuamos à espera de um novo momento para o futebol canarinho. De nada adiantou aquela pose toda sentado numa cadeira à beira do campo, de terno, gravata e chuteiras coloridas. 

As revistas e os jornais escreveram em letras garrafais que ele foi eleito o dono da bola e estamparam, em vão, suas fotos sorridente e feliz. E de que adiantou tanto pose? Que voltem, então, às velhas chuteiras pretas.

Desde 16 de abril a bola está sob seu poder. Deveria, como manda o figurino e como todos sonham, defender a honra e a baliza brasileira, mas não demorou muito a revelar que era, desde o inicio, a representação do continuísmo.

Seus predicados e adjetivos não têm sido suficientes para vencer o jogo. Nem mesmo sua habilidade fora de campo e seu respeito perante os seus semelhantes funcionaram como ele esperava. Acho até que aquela adesão incrível de 99% não é mais a mesma.

O eco do “mensalinho” de R$ 100 mil e da viagem com tudo pago para as Olímpiadas de Londres não foi o bastante para mudar o panorama em que se apresenta o futebol brasileiro atual. Realmente, não passava de uma suposta união.

Confesso que tentei acreditar que aquela minoria de um por cento estava errada em suas escolhas. Mas não deu. Que fracasso. Ao invés de expurgar a imagem de corrupção e desonra que passamos ao mundo depois daquele funesto 7 a 1 contra a Alemanha, descobrimos que ele, na verdade, assim como o Zé Maria, é titular do time dos desmoralizados.

Ele errou. Do alto da sua cobertura com vista para o mar na Barra da Tijuca, esquematizou as táticas inapropriadas e não conduziu o futebol verde e amarelo aos caminhos dos gols outra vez. Seguimos sendo o ex-país-do-futebol.

E não foi só isso. Não podemos esquecer das inúmeras denúncias de corrupção no Brasil e no exterior contra si que só agora vieram à tona, das várias tentativas de vetar a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, do aparelhamento político da Casa do Futebol e da manobra do licenciamento por 150 dias, que permitiu que ele indicasse o deputado federal Marcus Vicente como presidente interino, e evitou a nomeação de Delfim de Pádua Peixoto, o porta-voz da mudança.

Basta, você não é um urso pólar intocável, nem usa uma máscara de ferro de um cavaleiro medieval. A sua hora está chegando, Marco Pólo Del Nero. Até os jogadores cruzaram os braços para mostrar que não estão de braços cruzados. Tenha bom senso. Renuncie ao título de presidente da Confederação Brasileira de Futebol e largue essa bola que não é sua, mas sim, dos mais de duzentos milhões de brasileiros amantes do esporte mais incrível e apaixonante da história da humanidade.