“A certeira simplicidade da forma prescinde de peso para alcançar o singelo. A suavidade firme prescinde de cores para decifrar e plasmar energias. As cores prescindem de linhas para honrar o silêncio. Colheita de forças naturais, ancestrais, heróicas, infantes e oníricas em traços seguros, mosaicos, sutis. Discrição oriental, ameríndia, fêmea, andina. Aquela velha e cada vez mais rara arte de dizer muito com pouco.”
É com essas palavras entusiastas que o escritor e antropólogo natalense Wagner Uarpêik convida o público para a exposição “Simplícito”, da jovem artista colombiana Wayraluna.
Wayraluna nasceu em Medellin e mora há dois anos em Natal. Sua arte se serve principalmente de acrílico, estilógrafo, carvão e sanguínea. Conversei com a artista há poucos dias do início de sua exposição:
Suas obras de alguma maneira buscam retratar seu país, suas raízes?
Colômbia é um país de natureza exuberante e cultura versátil, como o Brasil. Quando penso em Medellín, vejo pássaros, orquídeas e flores. A exposição não busca representar meu país, embora traga suas marcas de maneira não premeditada, indireta.
Há uma grande presença de animais, vegetais e elementos naturais em seus quadros. Por quê?
A natureza é bela. E a arte deve evocar a beleza.
Por que sua exposição se chama “Simplícito”?
O simples nem sempre é o mais evidente. Como sou alguém de poucas palavras, minha arte não poderia ser muito diferente.
A primeira exposição de Wayraluna em Natal ocorrerá entre 15 (sexta-feira) e 22 de maio, no Café Mahalila. O evento começará a partir das 17h. As mais de 10 obras apresentadas ao público serão comercializadas durante a exposição.