É chegada a hora de vivermos um novo momento do futebol canarinho. Ele está lá, de pose, terno, gravata e chuteiras coloridas, dessas modernas que os novos craques – e outros nem tão – adoram usar, sentado numa cadeira à beira do campo.
Ele é o novo dono da bola. Eu vi. Está escrito em letras garrafais na capa da revista – pra que fique bem evidente. Brevemente, à partir de 16 de abril, ele estará com a bola em seu poder, defendendo a honra e a baliza brasileira que um dia já foi do saudoso Oberdan Catani e do injustiçado Barbosa.
E a sua incumbência não será nenhum pouco aprazível. Mas ele tem os predicados certos para vencer esse jogo. Tenho certeza que ele vai abusar de sua habilidade fora de campo e de seu respeito perante os seus semelhantes. Quase todos estão com ele. Afinal, não é sempre que se tem 99% de adesão.
Espero que o eco desse apoio não seja fruto apenas do “mensalinho” de R$ 100 mil ou da viagem com tudo pago para as Olímpiadas de Londres e sim que seja suficiente para mudar o panorama em que se apresenta o futebol brasileiro atual. Que ele faça valer a suposta união. Que voltemos a ter estádios lotados e coloridos com as cores dos nossos times. Que consiga expurgar a imagem de corrupção e fracasso que passamos ao mundo depois daquele funesto 7 a 1 contra a Alemanha. Contribua para que os clubes não se percam nesses 20 anos de prazo que lhes deram para renegociação das dívidas e que verdadeiramente não gastem mais do que efetivamente arrecadam. Que sejamos vencedores novamente.
Se ficaremos entregues a boas mãos – ou pés – não saberei dizer. Quem sabe a longa temporada que passou em São Paulo possa responder. Não é qualquer um que permanece 12 anos ininterruptos e consegue elevar o faturamento de uma entidade em quase 100% – de R$ 12 milhões para R$ 130 milhões.
Tomara que aquela minoria de um por cento não esteja certa em suas escolhas e que ele aceite de forma pacífica as críticas da oposição daquele corinthiano doente conhecido por todos.
Talvez ele consiga, inspirado do alto da sua nova cobertura com vista para o mar na Barra da Tijuca, esquematizar às táticas apropriadas que levem o futebol canarinho aos caminhos dos gols outra vez. É triste a constatação de que não somos mais o país do futebol.
A hora está chegando, Marco Pólo Del Nero. Receba o título de presidente da Confederação Brasileira de Futebol e cumpra o seu papel de ser o novo dono da bola do Brasil. Ofereça o que de melhor você puder e, acima de tudo, faça valer o salário de R$ 200 mil que vai receber daqui por diante e os mais de R$ 400 milhões de faturamento anual da nossa querida CBF.