Nesta quinta-feira (12) no cruzamento da Rua João Pessoa com a AV. Rio Branco se concentrará às 15 horas o bloco político ativista militante libertário lúdico carnavalesco Senka Trakas. Com a participação da orquestra de frevo Antigos Carnavais.
A iniciativa partiu do movimento Revolta do Busão, em reunião de rearticulação ocorrida no dia 27/01 na UFRN, mas remonta ao bloco carnavalesco Xô Inseto que abriu alas para a primavera de 2011 em Natal, no que viria a ser conhecido como o movimento Fora Micarla.
Em 2011, durante as férias, todos se surpreenderam com o anúncio do aumento das passagens de ônibus de R$2,00 para R$2,20 concedido pela prefeita Micarla de Souza, o que motivou a criação do bloco. Na época do anúncio a hashtag #foramicarla era a mais comentada no Twitter. Do mesmo modo, durante as férias desse ano, na surdina, todos foram surpreendidos com uma licitação que concederia ao SETURN 30 anos de concessão do sistema de transportes públicos da cidade, além de uma tentativa do Sindicato, frustrada pela Prefeitura, de subir as passagens para R$ 3,00.
Acredito não haver dúvidas de que sem a pressão imposta pelo movimento Revolta do Busão teríamos uma passagem de ônibus ainda mais cara, além de uma licitação direcionada ou ainda em banho maria. Não questionar essa concessão é compactuar com os desmandos que o Sindicato das empresas vem cometendo de modo unilateral nos transportes públicos da capital, afetando milhares de natalenses, como a retirada de circulação de algumas linhas e a suspensão da integração gratuita. Além de desconsiderar o longo histórico de embates entre o movimento estudantil natalense e o SETURN. Não há nenhum indício de que essa luta deva arrefecer nos próximos anos, com uma crescente reciclagem de novos atores e movimentos atuando em prol da melhoria do sistema de transportes públicos da cidade. A gestão que conceder privilégios ao Sindicato, será lembrada por muito tempo.
O formato do ato carnavalesco, além de vir em momento certo, ajuda o movimento a se livrar do peso e da seriedade presente nos protestos de rua nos últimos tempos. Um bloco de todas as cores e máscaras, não apenas as negras.
No mais, eu não acredito em um protesto onde não se possa dançar. Que voltem as cirandas.
Quinta-feira, todos no bloco e o bloco na rua.