Um verdadeiro desastre administrativo tem sido o ímpeto da UFRN quanto aos serviços de segurança. Esta instituição de Ensino Superior gasta 50 MILHÕES, isso mesmo, não está errado, são R$ 50.495.043,12 para o serviço de segurança armada da UFRN, referente ao contrato 85/2010 com a empresa Garra Vigilância LTDA (CNPJ 02.141.823/0001-62).
O Brasil tem sido palco de escândalos de corrupção em contratos e licitações da Petrobras, e os argumentos são mil, entre aqueles envolvidos nos escândalos. Mas acima de qualquer suspeita a UFRN conta com um contrato de 50 milhões e não é minimamente influenciada pelo lobe das empresas de segurança privada, que veem nesse mercado uma ótima opção de enriquecimento em detrimento do trabalho precarizado (terceirizado). Sem dúvidas esse contrato passou por todos os trâmites legais licitatórios e é válido, mas convenhamos que o valor é salgado.
Um dos maiores desafios do Brasil é a segurança pública, sobretudo nas atitudes ilegais e criminosas dos próprios agentes de segurança que já virou até CPI das Milícias no Congresso Nacional, isso quer dizer que não somente bandidos cometem crimes, mas todos aqueles que exercem o uso da força para além do caráter legal.
Na UFRN não tem sido novidade ações irregulares e ilegais dos seus agentes internos de repressão, pasmem vocês, mas nos corredores da UFRN é comum “segurança” sacar arma em punho e ameaçar estudantes, ou pior, disparos de tiros contra estudantes como ocorreu em 2009 (ver capa do já fechado Diário de Natal) fechado[1] um dia depois da veiculação da matéria de capa.
Além desses fatos inaceitáveis é comum na UFRN que os estudantes sejam constantemente reprimidos nos poucos e precários espaços de sociabilidade do campus. Na biblioteca um efetivo ostensivo de “seguranças” armados fazem rondas entre livros e estudantes, no RU (Restaurante Universitário) o controle, coíbe manifestações políticas legítimas dentro do refeitório. Quem tiver o mínimo de bom senso sabe que nem em um banco tem tantos seguranças armados, é uma verdadeira festa, de um superestimado item contratual para uma demanda irreal que esse contrato de segurança da UFRN tem.
Na quinta-feira, 09 de outubro, o estudante Marcus Luiz, foi agredido e torturado (murros, chutes, pontapés, e areia na boca para se calar) além de ter sido arrastado pelo cabelo, que é grande, pois o comportamento machista que torturou o estudante, jamais admitiria um home de cabelo grande.
Em fim caberá a magnífica reitora Ângela Paiva a desatar esse nó que em plena campanha eleitoral para sua reeleição tem esse abacaxi para descascar, pois quem assume o exercício do poder tem também que assumir responsabilidades de atos inaceitáveis, fruto de uma ideologia de gestão da força, pautadas no terror e na violência.
Pelo fim da violência no campus, não podemos perder a capacidade de nos indignar e criticar, pois uma postura crítica sempre será em favor da vida e da boa convivência.
[1] Segundo informações do Jornal o fechamento do mesmo não teve a menor relação a veiculação da matéria em capa, que poderia prejudicar a segurança jurídica do contrato com a empresa Garra.