Por Homero de Oliveira Costa, prof. do Departamento de Ciências Sociais da UFRN.
Há menos de quatro meses para as eleições, observa-sealgo que ocorreu também nas vésperas das eleições de 2012: um grande desalento dos eleitores.Quatro pesquisas divulgadas recentemente ilustram a afirmativa: Três no Rio Grande do Norte – uma do instituto de pesquisa Consult, realizada entre os 10 e 12 de junho em 58 municípios e 1.700 eleitores; uma do Instituto de pesquisa SETA, com 1500 entrevistados em todas as regiões do Estado, feita entre os dias 16 e 18 de junho; uma do Ibope/96 FM realizada entre os dias 22 e 25 de junhocom 812 entrevistas e outra no país feito pelo Ibope com 2.002 pessoas nos dias13 a 15 de junho de 2014.
No caso do Rio Grande do Norte,o que há de comum é a liderança de Henrique Eduardo Alves, No entanto, de acordo com a Consult em torno de 70% dos eleitores não definiram seu voto. Os dados para governador, os 38,%de Henrique Eduardo são relativos a 30% dos eleitores que responderam a pergunta de voto estimulado (com apresentação de uma lista de candidatos) e mesmo assim, tem um empate técnico com os que vão votar em branco ou anular o voto: 37,8%. A do Instituo SETA, feita entre os dias 16 e 18 de junho, também apontou Henrique Eduardo em primeiro lugar, mas com um percentual menor: 30,3%, e considerado a margem de erro,também um empate técnico com os que afirmaram que vão votar em branco ou anular o voto: 26,5% e na pesquisa Ibope/96 FM,realizada entre os dias 22 e 25 de junho e entrevistadas 812 pessoas,Henrique Eduardo tem 36% de intenção de voto, 24% de rejeição, 27% declaram que vão anular o voto ou votar em brancoe 11% afirmaram não saber em que vai votar. Estes percentuais são próximos aos obtidos na pesquisa do Ibope no país, na qual 26% dos eleitores mostraram não ter interesse nas eleições de outubro (brancos e nulos)e se somados aos 29% que têm “pouco interesse”, são 55%, ou seja, mais da metade do eleitorado com pouco ou nenhum interesse nas eleições.
Os que esses dados demostram? Uma leitura possível, considerando as eleições anteriores e os altos índices de abstenções é que se o voto não fosse obrigatório, os votos em brancos, nulos e abstenções seriam em torno de 50%, ou seja, metade do eleitorado.